sábado, 21 de fevereiro de 2015

Laços - Episódio 10

Episódio 10: Desdobramentos
Após ouvir as palavras do homem mascarado, Edward olha para os lados e parece estar sozinho com o homem no local, primeiramente, ele leva a mão ao pescoço e não encontra o cordão e, em seguida, procura a espada em sua cintura e não a encontra. Começa então a procurar com os olhos, mas, até onde sua vista alcança, parecia não ver seus pertences. Até que é surpreendido com uma pedra que lhe acerta o joelho.
— Perdeu alguma coisa? — Pergunta o homem batendo a mão na calça para tirar a terra que ficou na mão.
— Antes de mais nada, o que quer de mim me trazendo para cá? Eu preciso voltar para o local onde estão meus companheiros, porque temos um objetivo importante a cumprir e não temos tempo a perder. — Responde Edward sendo evasivo e com medo que o homem lhe faça algo.
— Eu não acredito que você culpa a mim por estar separados dos seus companheiros!? — Diz o homem. — Vou dizer-te como o encontrei para que se esclareça as coisas e você possa entender que não tenho nada a ver com isso. Em resumo, porque existem algumas questões que não cabem falar, eu o encontrei aqui perto cercado por umas criaturas, desmaiado e então, eu o salvei e o trouxe para cá livre do alcance das criaturas.
— E por que me salvou? — Indaga Edward sobre as intenções do homem. — Quem me garante que você não é quem controla a floresta e, na verdade, é o tal Fhoreos atrás dessa máscara?
— Ih! Mais um paranóico nesse mundo. — Diz homem mostrando desânimo na voz como se estivesse arrependido de tê-lo salvo. — Não queria tocar nesse assunto, mas por que está nessa floresta e como sabe sobre Fhoreos? Você não me parece o tipo de pessoa que sabe sobre esse tipo de coisa. Com quem conseguiu essas informações?
— Consegui com um dos meus companheiros e, se me permite, tenho que ir encontrá-lo. — Responde Edward se levantando para sair.
— Espere aí, garoto. — levanta o homem e fica cara-a-cara com Edward. — Não posso deixar você sair assim, sabendo que tem muitas coisas estranhas acontecendo nessa floresta que não eram para acontecer.
— Essa floresta que não era para acontecer, sequer deveria estar aqui. Agora, me dê licença. — Diz Edward forçando a passagem.
— Pela forma como falou agora, eu tenho mais que certeza que você não faz ideia do que está acontecendo, apesar de mostrar tremenda preocupação com seus amigos. — Fala o homem seriamente. — Apesar de não ter nada a ver com sua vida ou suas decisões, eu não posso permitir que alguém se jogue num mundo perigoso e desconhecido e perigoso como esse que você deve conhecer apenas a ponta do iceberg que lhe contaram achando que era o suficiente para sobreviver e que isso bastava para vencer o espírito da floresta e conseguir a relíquia. Não lhe contarei tudo o que sei porque não sei o que faria com toda a informação. Não sei nada sobre você,  mas esse tipo de boa vontade e submissão aos "necessitados" é algo que me enjoa. Como se qualquer "coitadinho" por aî não tivesse culpa nenhuma por sua situação. Como se fosse tudo simples e fácil, preto e branco, como se a pessoa que hoje é a subjulgada, estivesse sempre assim. Você me culpa por tê-lo separado dos seus companheiros, mas ninguém o obrigou a vir aqui, você não foi forçado a fazer nada que não queira. Tudo o que está passando aqui é culpa sua e mais ninguém e, seus "companheiros" que tanto se orgulha e tudo sabem, deveriam ter te avisado sobre os perigos, mas não o fizeram. Você quer salvar um companheiro? Mas e se isso significar matar alguém? Proteger inocentes? E se você precisar ser salvo, quem o salvará? Posso estar falando coisas sem sentido, fora de contexto, mas você acha que existe uma separação entre o certo e o errado? O bem e o mal? O herói e o vilão?  A linha entre esses opostos é muito tenue e basta uma pequena distração e uma atitude mal compreendida que você pulará de um lado para outro. Não aja como se existisse alguém no chamado "meio termo".
Após terminar de falar, o homem dá uma pausa e Edward começa a pensar em suas palavras e, ao mesmo tempo, não entendia nada, porque a única coisa que lhe vinha mente era encontrar Elisa, conseguir a orb de Fhoreos e ficar mais forte para ajudá-la a voltar para seu corpo e treinar os gêmeos. Parecia que nada mais fazia sentido em sua mente e sentia, em seu interior, uma raiva nunca sentida antes, mesmo quando viu Elisa não dando a mínima para os problemas de Gérard, mesmo quando seu amigo de infância, Cyrus, estava disposto a matá-lo para cumprir sua missão, assassinar os gêmeos e acabar com a magia, não tinha nada que se comparava, era como se aquele homem que lhe plantava dúvidas fosse a fonte de tudo e precisasse acabar com ele e, matando-o, resolveria metade dos problemas que cercam Elisa. Isso, Elisa era o que estava no centro de sua mente e as prioridades dela eram as suas, assim como seus desejos e ambições. Estava ali para servi-la e protegê-la a qualquer custo e quem estivesse impedindo seus planos, encontraria seu fim. Nesse momento, seu semblante muda para um que transparecia sua raiva, suas mãos tremiam. Era a primeira vez que sentia essa explosão de sentimentos e que percebia que era útil e necessário na vida de alguém. Ao mesmo tempo, seu corpo emanava uma aura assassina, como se a única forma de limpar o caminho para Elisa cumprir seus objetivos fosse matando seus adversários. E também estava obcecado para em encontrar a quem servia e que não hesitaria para passar de quem o impedisse.
— Parece até que já senti isso antes, é como se estivesse naqueles tempos. — Relembra o homem mascarado como se já sentisse essa atmosfera ao redor de Edward.
O homem começa a caminhar em direção à Edward.
— Quem você quer tanto proteger? O que vale entrar nessa floresta assombrada a séculos? — Exclama o homem.
— Você não entende nada mesmo, nunca entenderá. — Diz Edward com a voz arranhada.
Nesse instante, Edward ataca o homem com socos, pela direita e pela esquerda, mas é bloqueado em dificuldades e lançado para não muito longe.
— Eu posso te matar aqui se quiser, mas não tem sentido matar alguém que se deixou manipular e não faz ideia do porque está lutando. — Exclama o homem mais uma vez.
— Você acha que sabe de tudo, acha que entende as pessoas é que os motivos delas são sempre algo óbvio, mas não percebe que algumas coisas não podem ser explicadas e que, quando se trata de sentimentos, a questão não é racionalizar, mas deixar que as emoções fluam e que se torne alguém melhor por aquilo que acredita e fazer o que for possível pela felicidade de alguém. — Diz Edward ofegante se levantando.
— Você fala as mesma coisas que ele e tenta se justificar atrás de palavras bonitas. Mas, o mundo que acreditam viver e o mundo que vivem são completamente diferentes. — Diz o homem baixinho. — Pessoas que sonham alto como vocês são as mais fáceis de manipular.
Quando termina de falar, Edward, corre em direção ao homem e pula para lhe desferir um chute pela direita, mas é bloqueado. Em seguida, começa uma sequência de vários socos que, infelizmente, são todos bloqueados. E, mais uma vez, o homem o arremessa, só que desta vez, Edward bate numa árvore e cai desacordado. E o homem começa a sentir uma sensação estranha, como se algo fosse acontecer, mas totalmente fora do que havia previsto quando Edward havia acordado.
Enquanto isso, Elisa está parada e começa a ter uma sensação estranha e a ver linhas ligando ela ao cordão e outra que a ligava ela a outra coisa fora da barreira. O estranho é que a linha que saia da barreira, parecia estar mais forte.
— Desculpe perguntar, mas essas linhas o conectam ao jovem que estava contigo, certo? — Pergunta Gérard como quem não quer nada.
— Sim, mas não éramos para estarmos conectados, pois como pode ver, o cordão que nos unia está aqui caído. — Fala Elisa como quem não estivesse entendendo nada.
— Então, você pode usar magia para nos tirar, certo? — Indaga Gérard.
— Poder, eu acho que posso, mas eu não sei seu estado e, se usar energia demais, eu posso matá-lo. — Diz Elisa cortando as esperanças de Gérard.
Quando terminou de falar, um silêncio se formou e Elisa começou a ter a sentir que algo não está certo e sabia, inconscientemente, que aquela linha podia não ligá-la a Edward.
— Não acredito que você está aqui. — Pensa Elisa. — Você está agindo antes da hora, só espero que saiba o que está fazendo e que faça tudo certo.
Voltando ao templo abandonado, temos Cyrus e Sophia olhando para o papel esperando que algo fosse acontecer, entretanto, nada aconteceu. Cyrus começa a analisar o papel por curiosidade e percebe que, em seu verso, havia um recado, mas o nome do destinatário estava borrado.
— Esse brasão, eu acho que o conheço. — Diz Sophia a respeito do símbolo. — Segundo estórias que ouvia do meu pai e do pessoal da vila, existia uma mulher que construia um símbolo parecido com esse quando ia executar alguns feitiços.
— Sabe o nome dela? — pergunta Cyrus tendo em mente que essa mulher pode ser Elisa.
— Eles conheciam apenas estórias dessa mulher e que poucos eram os que tinham contato com ela e, os que conseguiam esse contato, eram tomados por grande devoção à ela e, por sua grande submissão, esqueciam até suas próprias vidas e necessidades para realizar os desejos dela. — Explica Sophia. — E, consequentemente, acabavam não tendo contato com as pessoas que fossem importantes pra ela e assim, não compartilhavam as informações que ouviam sobre ela.
— Acha que essa mulher estar viva? — Pergunta Cyrus. — Eu entendi o que acontecia, mas acho meio dificil essa mulher ter desaparecido do nada.
— Acho que sim, acredito que ela possa estar viva. — Diz Sophia — Pois, quando ouvia estórias sobre ela, eu devia ter uns cinco anos e, pelo que comentavam, ela devia ter seus 17 ou 18 anos e, como não tenho nem 18, acredito que tenha algo na casa dos 30.
Cyrus fica em silêncio pensando que, se essa mulher for Elisa e que Edward pode estar ajudando a recuperar seu corpo, talvez, não tenha escolha se não matá-lo. Sophia estranha o silêncio de Cyrus, mas respeita e o mantém. Inesperadamente, começam a ouvir passos vindo dos fundos em sua direção e diante deles, Sophia reconhece, surge a figura de Gérard e antes que pudessem falar alguma coisa, uma voz vindo do da direção oposta diz:
— Finalmente o encontrei! — diz um homem vindo da entrada, parecendo ter seus trinta anos, trajando um sobretudo amarelado, uma calça que parecia jeans e botas de couro, além de ter cabelos negros que passavam o pescoço e pele bronzeada. — Você pode parecer o Caçador Branco, mas não age como ele.
O homem que, fisicamente, era Gérard mantinha-se quieto com seu sobretudo branco, calça azul, botas acinzentadas, pele clara, cabelos grisalhos e um bigode grisalho devidamente aparado.
Cyrus não percebe, mas Sophia sente que o bilhete, o homem que controla seu pai e esse homem que acabara de chegar estão de alguma forma conectados a esses acontecimentos sem explicação.


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Laços - Episódio 9

Episódio 9: Presságio
Após encostar a pessoa numa árvore próxima a ele, Cyrus, apoiado na mesma árvore, começa a respirar com muita dificuldade para recuperar o fôlego.
— Garota, qual é seu nome e por que queria voltar para esse lugar? — Diz Cyrus ainda ofegante, mas percebendo que a garota estava se recuperando e que não teriam muito tempo para conversar se as criaturas voltassem. — Não vejo nada demais aqui, além de umas ruínas e árvores.
— Primeiro, meu nome é Sophia, segundo, eu não pedi que me ajudasse e, terceiro, como não consegue ver nada!? Tem uma barreira envolta das ruínas e meu pai está preso lá dentro! — Diz Sophia espantada por Cyrus não conseguir enxergar a barreira. — Você também não me disse seu nome, então, me diga e também o porquê me ajudou. Seu estado não é lá dos melhores e eu percebi que recorreu a táticas como fazer o inimigo se bater para não piorar sua situação.
— Cyrus é o nome. — Diz Cyrus sendo o mais breve possível. — Eu te salvei porque eu achei que você não merecesse morrer num lugar como esse e, enquanto estava seguindo as suas orientações para ir ao local onde estava com seu pai, eu conseguia lhe escutar chamar por ele para não perder a consciência. Percebendo isso, eu decidi te levar até seu pai porque ele é uma pessoa importante pra ti e, mesmo que as chances sejam baixas, prefiro acreditar que ele esteja vivo e te fazer encontrar a pessoa que lhe dá motivação e apoio.
— Ainda assim, eu não gosto dessa situação de ser salva. — Diz Sophia fechando a cara.
— Não é questão de gostar ou não gostar, é uma questão de que precisamos viver pelo bem daqueles que amamos. — Diz Cyrus tentando ensinar a Sophia algo que aprendeu com seu pai. — Quando nos colocamos em perigo desnecessariamente, a aflição e a dor que submetemos essas pessoas é tão grande que eles sofrem mais que nós e é uma dor que supera quaisquer ferimentos que soframos na carne, pois estes se curam com o tempo, enquanto uma ferida no coração pode, talvez, nunca sarar.
— Bela frase, mas ela não pode trazer as pessoas que amamos de volta e não podem curar minhas próprias ferida! — Diz Sophia a Cyrus tentando justificar suas attitudes descuidadas só porque perdeu alguém importante. — O que você entende sobre "feridas do coração"? Você deve ser só mais um sonhador que tenta consolar os outros com meras palavras!
— Errado, Sophia, eu perdi algumas pessoas importantes pra mim e, se não me apressar, poderei perder outra pessoa. O motivo que me fez vir até aqui é para dar o primeiro passo em direção a minha vingança e poder ter minha mente tranquila outra vez. Apesar de que, quando tinha meu velho, eu sempre dissesse que vingança não leva a nada que não seja a um grande vazio e falta de propósito. — Diz Cyrus mostrando a Sophia que nem sempre as pessoas são aquilo que aparentam ser e que, às vezes, carregam um fardo que nem elas mesmas conseguem carregar.
Mas, antes que Sophia pudesse dizer algo, eles se veem cercados por minions e por um gigante, a única alternativa seria correr para as ruínas, mas lembrando que Sophia o advertiu sobre a existência de uma barreira, Cyrus a coloca nas costas e começa a correr em direção ao gigante, ao mesmo tempo, os minions começam a correr em sua direção. Sabendo que não estava a plena forma e que seria pego nesse ritmo, Cyrus, começa a correr por entre as árvores para evitar os minions. Quando chega cara-a-cara com o gigante, ele rapidamente pula para o lado puxando Sophia para sua frente, para que ela não se machuque, e os minions acertam todos os seus ataques no gigante e são arremessados, pelo mesmo, em direção a barreira. Isso dá tempo para que Cyrus corra, depois de ajeitar Sophia em suas costas, e saia da vista dos inimigos.
Após um bom tempo correndo, Cyrus, esgotado, querendo parar para descansar, observa que Sophia está apontando para frente e, quando ele olha na direção de seus dedos, percebe ruínas de um templo antigo e, diferentes de outras áreas da floresta, as árvores ali pareciam podres e o cheiro de podridão estava exalando no local.
— Você vê alguma barreira? — pergunta Cyrus a Sophia.
— Não, parece que essa área está abandonada do resto da floresta. — Diz Sophia desconfiada sobre I que acontecera ali.
— Então vamos entrar, garota, precisamos descansar e pensar em como salvaremos seu pai. — Diz Cyrus decidido a descansar ali, embora tivesse que conviver com o mal cheiro.
— Vamos, né?  Não parece que temos muitas escolhas. — Diz Sophia percebendo que se não fosse isso, seria enfrentar as criaturas lá fora.
Então, Cyrus caminhar em direção ao templo e observava que, onde deveria ter um jardim, havia ossadas e árvores podres. E a entrada do templo, estava com as portas caídas sobre a escada de acesso. Ao entrar, eles percebem que o templo, mesmo sendo muito grande, possuía apenas um andar com um grande salão sustentado por pilastras, onde estas, atualmente, estavam sendo sustentadas por por tronco de árvores que, embora fossem resistentes, estavam apodrecendo. Todavia, o que os surpreendeu foi o fato de existir, no centro do templo, um esqueleto, em pé, segurando um orb. Após caminhar um pouco, mas não muito, Cyrus deita Sophia no chão e sente bem lentamente.
— Você conhece esse templo de alguma história que leu ou ouviu, garota? — Pergunta Cyrus.
— Não, nunca ouvi falar desse templo, — Diz Sophia. — Não vejo nenhum símbolo ou inscrição de algum povo. Você acha que teria algum mal em nós dormimos aqui para descansar? Porque acho que precisamos de uma hora de descanso, só acho.
— Não sei, mas seria bom se pudéssemos. — Fala Cyrus dando um leve sorriso, enquanto se deita e fica olhando o teto do templo. — Mudando de assunto, como foi parar na entrada da floresta, se disse estar com seu pai naquelas ruínas que acabamos de passar?
— Não faço a menor ideia. — Responde Sophia. — Chegamos àquelas ruínas e fomos direto a seu centro para que pudesse descansar, por estar muito cansada, eu acabei dormindo e, quando acordei, estava cercada por vários minions numa clareira e, após uma luta cansativa onde derrotei alguns, eu, muito desgastada por já ter lutado muito e porque eles não paravam de vir, comecei a fugir deles. O restante, você já sabe, porque quando o vi, estava próxima a entrada e quase desmaiando e você decidiu me ajudar porque disse que estava num estado pior e que poderia realizar seu objetivo enquanto me ajudava. Mas, uma coisa eu não entendi, por que um guerreiro está desarmado? Prefere lutar com as mãos nuas?
— Entendo, então temos alguns enigmas para responder e, apesar de não ser bom em solucionar problemas, acho que posso contar com sua ajuda para solucioná-los. — Diz Cyrus preocupado sobre o que pode estar havendo na floresta. — E, respondendo sua pergunta, não, eu não gosto se lutar com as mãos nuas, mas na vila onde estava me recuperando, eles disseram que minha arma poderia machucar alguém e se desfizeram dela.
— Nossa! — Sophia arregala os olhos e não consegue dizer mais nada. — Bom, só espero que tenha se recuperado bem.
— Bom, eu não me recuperei totalmente, porque tenho algo importante pra fazer aqui, o tratamento que recebi em Cardeos foi excelente. — Diz Cyrus meio sem jeito. — E, eu acho melhor se nos movermos logo, estou com o pressentimento que se ficarmos mais aqui, pode acontecer algo.
Sophia assente com a cabeça e começa a se levantar com dificuldade, se apoiando em Cyrus que também se levanta. Ela então pede se eles podem se aproximar do esqueleto para analisar melhor o orb, Cyrus concorda e eles começam a caminhar em direção ao centro. Ao se aproximarem, percebem que o orb está com um papel colado e nele, o papel, está um círculo mágico desenhado. Sophia pensa consigo que, talvez, a pessoa que agora é um esqueleto pode estar viva.
— Retire o papel, Cyrus. — Fala Sophia com uma voz meio trêmula. — Sei que pode ser perigoso, mas acredito que tenhamos nossas respostas sobre o que está acontecendo aqui nessa floresta.
— Tem certeza? — Pergunta Cyrus. — Eu normalmente questionaria uma atitude como essa, mas considerando o que já de estranho, acho que acreditar que pode acontecer algo bom me deixa melhor nesse ambiente.
— Tenho sim, confie em mim. — Diz Sophia em tom de dúvida. — Procure esquecer aquela garota mimada que não queria ser salva.
Então, Cyrus caminha sozinho em direção ao orb, lentamente, e retira o selo.
Enquanto isso, Edward acorda no que parece ser um acampamento improvisado e um homem alto coberto por um manto mostarda e uma máscara se vira para ele.
— Já começou. — Diz o homem. — E pensar que não era pra começar tão rápido. Humph... Mas, a vida tem muito disso, né? Surpresas.

Laços - Episódio 8

Episódio 8: Gérard, o caçador
— Bom, meus jovens, lhes contarei como aconteceu de me encontrarem nesse estado. — Diz Gérard para Elisa e Edward se sentindo impotente, por não conseguir resolver seu problema sozinho. — Como já mencionei, meu nome é Gérard Silvers e eu sou um caçador muito experiente, embora não possa me chamar de um atualmente, visto o que aconteceu a um tempo. Eu nasci e cresci numa vila a leste daqui, a cidade de Tarond, uma cidade que possui a peculiaridade de, sempre que possível, analisar as criaturas que seus caçadores encontram e, se for rara, ou seja com algum tipo de energia armazenada, nossos pesquisadores, usando a pele e os ossos das bestas, a seus mais fortes e experientes guerreiros. E, como um dos mais respeitados e experientes, eu fui convocado para caçar uma criatura que, para muitas culturas, principalmente a minha, era uma lenda: um Dragão. Segundo nosso líder, havia um sobrevoando os arredores de Fhoreos e que, talvez, pousar lá, por alguma razão, e eu deveria agir nesse momento e abater a criatura. Então, assim que recebi a notícia, eu me preparei, reuni previsões, me despedi da minha filha, Sophia Silvers, e parti na manhã seguinte utilizando uma carruagem que o líder havia pedido para me levar até a entrada da floresta. Cometi um erro de não perceber que minha filha havia se infiltrado na carruagem e, quando percebi, a carruagem já havia partido e mandá-la de volta era arriscado e ela poderia morrer se voltasse sozinha, então achei melhor a manter junto a mim. Sophia era uma boa filha e sempre prestava atenção quando a estava ensinando e lhe aconselhando sobre nunca desviar o foco da batalha e sempre prestar atenção ao menor movimento dos inimigos, entretanto, ela possuía um gênio forte e não suportada ser protegida e não gostava de ser tratada como incapaz e ela me seguiu justamente por isso, porque disse a ela que não a levaria pois para onde iria é um lugar muito perigoso e que eu não queria botar sua vida em risco. Conforme íamos entrando na floresta, enquanto terminava se lhe os últimos conselhos, fomos surpreendidos por umas dezenas de minions e, apesar de serem ágeis, consegui lidar facilmente com eles e, mesmo minha filha, conseguiu dar conta de alguns, com uma pequena ajudinha minha. Entretanto, não tivemos tempo de comemorar, quanto mais avançávamos na floresta, mais minions e criaturas, digamos, bizarras, apareciam para nos atacar e eu percebia que após enfrentarmos algumas dezenas desses inimigos, minha filha estava ficando cansada e continuar a luta poderia levá-la a morte. Mais ou menos uma hora depois, eu consegui evitar as criaturas e cheguei nessas ruínas e caminhamos até seu centro e decidi parar ali, assim minha filha descansaria tranquila e eu só precisava manter a guarda e torcer para que nada acontecesse. Após mais hora naquele acampamento improvisado, minha filha já avisa pego completamente no sono e eu estava angustiado porque não aparecia nenhuma criatura e estava parecendo que havia caído numa armadilha. Então, eu me sentei próximo a minha filha, pois tava com medo que algo lhe acontecesse. Pouco tempo após me sentar, sou surpreendido por uma luz que atinge a mim e minha filha e, enquanto ela some completamente, eu vejo meu corpo sendo sugado pela luz e apenas meu espírito fica lá. E, sempre que tentava sair das ruínas, era impedido por uma barreira que me lançava para o centro das ruínas de volta. Depois de um tempo, eu desisti de sair e comecei a pensar numa forma menos direta de sair, salvar minha filha e recuperar meu corpo.
Gérard dá uma pausa e os três ficam em silêncio por um tempo, até que:
— Interessante sua história, Gérard, e tenho que dizer que, possivelmente, você caiu na armadilha de Fhoreos, na melhor das hipóteses, ou de alguém que controla a floresta e se passa por Fhoreos. — Diz Elisa parecendo ter deduzido parte do mistério. — Bom, independente de quem tenha sido, o que fizeram com você é uma tática de quem quer possuir o corpo de alguém, mas mantendo a memória de suas habilidades e conhecimentos gerais. E para isso é necessário um sacríficio que, obviamente, a pessoa em questão usou sua filha como um. Só não entendo o motivo para tudo isso.
— Senhorita, você não me tranquiliza nem um pouco, apesar de esclarecer melhor as coisas e levantar uma possibilidade para tudo isso que me aconteceu. — Diz Gérard agradecido, mas com medo de ter perdido sua filha. — Eu prefiro acreditar que minha filha está viva não quero aceitar que ela morreu assim. E também, será que existe possibilidade de eu voltar a meu corpo?
Então, senhor, — Diz Elisa meio sem jeito — possibilidade existe, mas eu não estou em condições, atualmente, de fazer um feitiço desse nível, afinal, é um feitiço que consome muita energia pela sua complexividade e, como estou sem meu corpo, eu dependo do meu amigo Ed aqui para realizar meus feitiços e ele não dispõe de uma grande quantidade de energia. E outro detalhe é que teríamos que deixar seu corpo desarcordado e, novamente, meu amigo aqui não é nenhum grande guerreiro e poderia, no processo de não causar nenhum ferimento mortal, morrer. Fora que, nosso objetivo aqui não tem nada com salvar o corpo de um guerreiro e sua filha e...
— Pare, Elisa!!! — diz Edward a interrompendo e furioso com tamanha frieza e descaso com a dor dos outros.— Eu não consigo acreditar que você não se importa com nada além de seu objetivo e que a dor e os sofrimentos dos outros, sequer a atinge. Senhor Silvers, desculpe a grosseria dela e eu farei o máximo possível para parar seu corpo e lhe ajudar de alguma forma, se ela não quiser ajudar, eu procurarei um outro meio, eu prometo.
— Obrigado, jovem Lewis, — diz Gérard completamente agradecido pela ajuda de Edward e surpreso de como alguém que, mesmo sem ser muito forte ou possuir algum talento especial, consegue ter tamanha determinação em ajudar os outros. — bom, creio que a senhorita acabará ajudando, certo? E, sem querer acabar com esse bom momento, pelo menos, entre eu e o senhor Lewis, mas como farão para me tirar da área das ruínas?
— Não faço ideia, senhor. — diz Edward meio sem jeito após por perceber que seu pensamento positivo, por si só, não poderia ajudar Gérard.
— Acho que não tenho outra opção, senão ajudar, certo? — diz Elisa interrompendo Edward e se dispondo a ajudar. — Você disse que estava exatamente aqui quando a luz apareceu, certo? E que nenhuma criatura poderia vir aqui,.okay?
Elisa pede um pouco da energia de Edward que concente com a cabeça e ela, após fazer o desenho de um círculo mágico no ar, aponta para o centro do mesmo e atinge o lugar onde Gérard chamou de "centro das ruínas" e o raio, mandado por Elisa, começa a ser absorvido pelo chão e uma energia roxa começa a se espalhar e Elisa se assusta ao perceber que estão no centro de um círculo mágico e percebe que o motivo de Gérard não conseguir sair é porque o círculo impede quaisquer críaturas mágica de entrarem ou sairem e ela só conseguira entrar porque Edward estava conectado com ela. Derepente, Edward é puxado para o centro do círculo e é engolido, entretanto, seu colar, que o liga a Elisa, fica caído no lugar onde é engolido.
— Bom, eu tentei ajudar. — diz Elisa agachada em frente ao colar de Edward. — E agora, eu não faço ideia como faremos para sair daqui.
— O fato de ter percebido que estamos sobre um círculo mágico, já ajuda, embora isso não ajuda a desfazer o círculo. E que alguém nos quer fora dos seus planos. — diz Gérard tentando ser agradável. — Embora, não sei se posso confiar em alguém tão egoísta como você que fica cega para o sofrimento alheio.
Antes que Elisa pudesse dizer algo em sua defesa, ela sente que a floresta começa a ficar inquieta._
— O que está havendo? — diz Elisa pensando que pode acontecer algo que piore sua situação. — Sinto como se a floresta quisesse se livrar de algo a qualquer custo.
— Calma, como mesma disse a pouco, as criaturas não poderão entrar aqui no círculo, lembra? Você mesma disse que tudo que é místico não pode entrar, nem sair. Estamos a salvo. — diz Gérard tentando tranquilizá-la. — Da última vez que senti isso, numa menor intensidade, eram vocês que tinham entrado na floresta e estavam avançando.
— Não sei se é bom ficar preso aqui dentro. — diz Elisa com medo de ainda acontecer algo com eles ali dentro. — Pode ser alguns dos seus homens?
— Não, senhorita, — diz Gérard sorrindo. — meus homens não possuem equipamentos mágicos para entrar aqui causando essa perturbação, eles são bons contra guerreiros comuns, não inimigos mágicos. Vamos esperar que seja ajuda.
Enquanto indagavam quem poderia ser o invasor, começavam a bater inúmeros minions na barreira que começam a ser lançados em todas as direções, até que um gigante de, mais ou menos, 3 m encosta na barreira e sai voando e eles começam a escutar os passos de alguém vindo e, após um tempo, veem um homem arfando e caminhando lentamente em direção a ruína e parecia que tinha algo nas costas. Num dado momento, eles percebem que ele tinha alguém nas costas e encosta numa árvore perto dele, mas fora da área das ruínas, e parece estar recuperando fôlego e observando se os inimigos vão aparecer. Quando levanta a cabeça para observar, Elisa reconhece o homem e fica perplexa quando vê que se trata de Cyrus e ela começa a se questionar como ele se recuperou tão rápido.


Laços - Episódio 7

Episódio 7: Fhoreos, a Floresta das Almas Perdidas
Ao chegarem na entrada da floresta, tanto Edward quanto Elisa, sentiam um mal estar e uma sensação ruim em estar ali, mesmo Elisa sendo um espírito, era capaz de sentir esse mal estar, como se o clima na floresta assombrasse a alma. Seus passos pareciam estar sendo vigiados, o chacoalhar das folhas das árvores e o vento que mexe com as folhas no solo, faz parecer que a qualquer momento alguma coisa pode aparecer e os atacar. Se todo esse clima pesado não bastasse, a floresta era densa e as árvores se entrelaçavam de tal maneira que pouca ou nenhuma luz entrava na floresta, deixando quaisquer pessoas e, neste caso, Elisa e Edward sente atentos ao que pode acontecer. Edward sentia calafrios frequentes conforme ia caminhando e, a cada passo que dava, sentia vontade de voltar. Era como se algo ali estivesse atiçando seu medo e o colocando acima da sua coragem e vontade de continuar, mas, ele procurava não pensar em nada e, simplesmente, andava e seguia em frente.
— Ed, quer ouvir a história que é passada aos magos e aventureiros a respeito dessa floresta? — Diz Elisa quebrando o silêncio e cumprindo sua parte no acordo de ensinar Edward um pouco desse mundo mágico que os humanos desconhecem usando como exemplo Fhoreos.
— Bom, Elisa, pode começar quando quiser, assim, eu mudo de foco que, neste momento, é o medo das coisas que moram aqui e o que podem fazer comigo, para as coisas que posso aprender ouvindo sua história. — Diz Edward tentando parecer quando sua voz estava trêmula de medo.
— Então, vamos começar. — Diz Elisa não acreditando que o homem que enfrentou seu melhor amigo para protegê-la e a seus filhos, estava se borrando de medo agora. — Aparentemente, segundo muitos estudiosos e aventureiros, a região que compreende a floresta que aqui estamos eram ruínas de uma civilização antiga, cujo nome é dados, ficaram perdidos no tempo. Em um dia ensolarado, há 300 anos, mais ou menos, um homem.chamado Fhoreos, chegou aqui junto com sua tribo nômade e aqui se instauraram. Fhoreos era um especialista em magia e feitiços da terra, assim, ele fez sua tribo prosperar lhes dando um local fixo e alimentos em abundância. Com o passar dos anos, seus guerreiros eram os mais fortes e suas mulheres, as mais férteis. Não havia sociedade mais próspera que aquela e seu líder, Fhoreos, conseguira viver tanto tempo, pois descobriste uma forma de usar magia para se unir a terra e se nutrir usando seus nutrientes. Não existe nenhum registro de como ele descobriu esse feitiço e de ninguém que tenha feito como ele. Todavia, quando existe alguém forte, sempre existe invejosos que querem o derrubar e assim aconteceu com a sociedade construída por Fhoreos, no quinto dia do sétimo mês há, mais ou menos, 100 anos, uma tribo barbara do sul, especializada em saques e ataques sorrateiros, atacou-os covardemente durante a noite, quando estavam mais desatentos, e matou a todos, não deixando sobrar mulheres ou crianças. Vendo tamanha destruição de seu palácio, Fhoreos, reuniu todas suas forças, antes que os invasores tomassem seu castelo, sua cabeça e seus segredos, e usou o final das vidas daqueles que morreram protegendo sua terra que trouxe, durante um tempo, paz e harmonia a gerações de famílias que passaram por ali, transformando a toda aquela área numa floresta e tornou a si mesmo na árvore-consciência que mataria tudo e qualquer pessoa que viesse a macular essa terra que fez tantas pessoas felizes e seu núcleo seria seu próprio corpo que estaria na sala do trono. Ao invocar esse poder, todos os invasores morreram atacados por raízes que saiam do chão ou guerreiros invocados por Fhoreos. Hoje, a floresta é evitado por muitos viajantes, mas existem aqueles que buscam conquistar o conhecimento e o poder de Fhoreos que se arriscam, mas estes acabam sempre mortos e torturados por Fhoreos e atormentando os novos aventureiros que vem buscando o que eles buscavam antes de encontrar seu fim. Bom, Ed, eu resumi a história porque você só precisa entender que muitas vezes, o que torna alguém mal, não são motivos fúteis, mas sim, a vontade de proteger um ideal precioso pra ti. Também quero que perceba que tudo aqui nessa floresta é mágico, as frutas, as árvores, as criaturas... Tudo foi criado com um feitiço ou magias específicos, e que,  para manejá-las é necessário, além de treino, uma grande capacidade de concentração e força de vontade. Se quiser aprender feitiços, terá que ter uma mente forte.
— Interessante, mas tem muita informação, Elisa, eu entendi os motivos que o levaram a se tornar mal, entendi o que é e como funciona a magia, mais ou menos, mas, isso torna tudo mais perigoso, pois temos muito inimigos a enfrentar e nossas mentes podem ser dominadas a qualquer momento por espíritos vingativos. — Diz Edward demonstrando seu medo pelo que pude acontecer.
— Não se preocupe, Ed, ainda estamos na entrada da floresta e muito ainda vai acontecer e quem sabe, você não fique mais forte com as experiências com magia que terá. — Diz Elisa achando que isso confortaria Edward.
— Certo, certo.. Vamos andando antes que eu mude de idéia. — Diz Edward surpreso de como Elisa pode estar tão confiante.
Enquanto caminham por entre as árvores e não sucumbem ao clima de medo da floresta, começam a escutar vozes pedindo por ajuda ou querendo os fazer desistir. Quando avistam uma pequena claridade, aceleram o passo e encontram a clareira e ali, eles vêem ossadas que deveriam ser de aventureiros que pararam ali para descansar e, por um motivo misterioso, morreram ali mesmo.
— Elisa, como você conhece tanto sobre esse floresta, se quem entra, certamente, morre? — Indaga Edward sobre o alto conhecimento de Elisa sobre essa floresta.
— Ed, meu mestre em magia, chegou a vir aqui e ele só conseguiu sair usando um feitiço de teletransporte que, infelizmente, no desespero, teve que deixar seus membros inferiores para trás. E, além disso, se não bastasse perder as pernas, seu tempo zé vida foi reduzido, tanto que, após que retornou, ele só viveu uns cinco anos. — Diz Elisa triste ao falar de seu falecido mestre.
— Entendo, meus pêsames, mas não é bom ficarmos aqui, senão nem sem as pernas sobreviveremos. — diz Edward não querendo morrer.
Após terminar de falar, Edward aperta o passo para atravessar logo a clareira, quando chega, mais ou menos, a metade, por pouco Edward não é acertado por um Minion e suas garras venenosas, ele esquiva jogando o corpo pra trás e recuando um passo para olhar a situação, ele nota chegando mais das criaturinhas até que formam quatro e começam a caminhar em direção a ele apontando as garras pra ele. Sem hesitar, Edward difere um golpe que acerta os quatro ao mesmo tempo e os corta ao meio. Edward chega a dar um sorriso aliviado, mas sua alegria termina quando Elisa aponta para onde estavam as criaturas e mostra elas se regenerando, cada uma de suas partes, e formando oito inimigos agora.
— Como vencemos essas coisas, Elisa? — Dizia Edward desesperado enquanto defendia ou esquivava dos ataques dos Minions. — Por favor, me diga como vencer, pois, para mim, parece impossível fazê-lo.
— Simples, Ed, tome uma certa distância deles, mentalize o feitiço que quer usar que eu lhe ajudarei a montar o círculo e concentre-se ao máximo e deixe a magia fluir que tudo dará certo. — Diz Elisa calmamente. — Esse método só dará certo porque estamos conectados e compartilhamos a mesma energia.
Ainda apavorado, Edward segue as instruções de Elisa e imagina uma magia de chamas e, enquanto está com uma mão apontada para os Minions e outra segurando o braço, um círculo aparece que é formado por ele e Elisa e, em seguida, uma labareda sai e atinge as criaturas, as fazendo queimar até morrerem. Edward fica surpreso com o que fez e como aprendeu algo assim tão rápido, ele agradece Elisa rapidamente e continua caminhando para sair dali.
— Sei que acabei de fazer algo incrível, mas acho que não poderei fazer de novo, pois estou me sentindo um pouco desgastado depois desse ataque. Eu sinto que se eu fizer de novo, eu acabarei caindo de exaustão. — Diz Edward feliz pelo que fez agora, mas triste porque, talvez, não terá a chance de fazer de novo.
— Não seja tão preocupado, Ed. — Diz Elisa dando-lhe uma piscada como se tudo fosse se resolver no final.
Eles continuam sua caminhada pela floresta, até que encontram, uma casa, em ruínas, e um homem de frente para casa, e de costas para eles. Quando se aproximam um pouco mais do homem, percebem que ele estava olhando fixamente para os escombros e sussurrando:
— Por que? Por que tinha que terminar assim? — Dizia e repetia várias vezes o homem questionando sobre algo que acontecera.
— O que está havendo, senhor? — Diz Edward procurando acalmar o pobre homem. — Será que posso ajudar em algo?
— Não, você não pode. — Diz o homem sem ao menos olhar para Edward. — Algumas coisas, terminam de forma trágica e sem explicação e, querendo ou não, temos que nos conformar.
— Temos que nos confirmar exatamente com o que? — Diz Edward tentando entender o que acontecera com o homem.
— Bom, pelo visto, você é insistente, talvez, possa ajudar algo, junto com sua amiga. Vou lhes contar, então. — Diz o homem parecendo não se importar em contar. — Não pense que não posso sentir sua presença, jovem moça. Afinal, atualmente, estamos na mesma situação.
Elisa dá um passo pra frente e fica meio assustada em saber que o homem sentir sua presença, embora soubesse da existência de inúmeros espíritos nesse floresta.
— Então, antes de contar a respeito do que ocorreu, poderia dizer seu nome, senhor? — Indaga Elisa sobre a identidade do homem.
— Perdoe-me, jovens. — Se desculpa o homem por ter cometido a grosseria de não ter se apresentado antes, apesar que não tivera chances pois as conversas e as perguntas feitas por Edward fora bastante diretas e não eram em relação a sua identidade. — Meu nome é Gérard Silver e a mais pura verdade e, verão o quão delicada é a situação que me encontro.
— Prazer, senhor Gérard, eu sou Edward Lewis e essa que me acompanha é Elisa Sorcier. — Diz Edward se apresentando e apresentando Elisa como um pedido de desculpas por não ter se apresentado antes também.
Eles ficam se encarando durante uns minutos e, nesse meio tempo, Edward e Elisa ficam imaginando o que esse homem chamado Gérard irá falar e como ele acha que eles poderão ajudar.


Laços - Episódio 6

Episódio 6: Acontecimentos
Elisa se mantém estática enquanto alguém se aproxima lá em cima, embora soubesse que apenas pessoas com ligação com magia poderiam enxergá-la ou senti-la, preferiu se manter cautelosa sobre quem poderia estar se aproximando. Subitamente, um corpo caiu rolando cratera abaixo e a atravessa e, após recuperar-se do susto, Elisa se depara com um homem vestindo o que era uma armadura, pois nesse momento, a mesma estava toda destruída e só dava para perceber que era uma armadura, por conta do que sobrara do lado direito do peitoral que tinha muitos cortes, pareciam ter sido feitos por garras e o lado esquerdo, parecia ter sido rasgado. Havia sangue muito sangue no local do corte e também nas pernas, como se a criatura tivesse tentado parar seus movimentos. Mesmo muito avariado, o homem se arrastava em direção a Cyrus e, quando finalmente o alcançou, parece colocar algo que tinha em suas mãos nas mãos de Cyrus, mas estava muito ferido e não conseguiu tirar suas mãos de cima das mãos de Cyrus e perde a consciência antes de dar quaisquer recados. Elisa fica curiosa para saber o que tem entre as mãos deles e fica se perguntando o que esse homem gostaria de avisar a Cyrus e se realmente essa informação valia seu sacrifício. Após um tempo, mais ou menos uns 10 minutos, quando Elisa decidi usar magia para curar o rapaz e saber o que houve, Cyrus, com muito esforço, começa a mexer as mãos e vai levantando o corpo devagar. Elisa se surpreende com essa recuperação e fica observando-o. Quando ele senta, com muito sacrifício, ele percebe o homem e que o mesmo havia posto algo em sua mão. Ele olha assustado o estado do companheiro e, em seguida, desamassa o papel e fica perplexo ao ler. Isso fica claro porque Elisa repara que a expressão dele parecia piorar a cada linha que lia do papel. Terminada a leitura, ele coloca o papel no bolso e se levanta, com muito sacrifício, apoiando-se sobre a perna esquerda, pois, ao que parece, sua perna direita estava muito machucada. Ele então caminha lentamente até sua lança e a usa como apoio para subir a cratera e, no momento que não dava mais para subir andando, ele usa a lança para escalar. Enquanto estava subindo, Cyrus começa a pensar que, talvez, não seja forte o bastante para enfrentar o que tem por vir e ele pode precisar pedir ajuda a alguém que use magia, mas, por outro lado, ele não quer depender de algo que matou o seu pai e que, a princípio, ele próprio havia sido ridicularizado quando falou com alguns companheiros que não usava nenhum artefato mágico e que não precisava deles para vencer as batalhas que encararia. Ele começou a lembrar do motivo que o levou a trocar a espada pela lança, pois, por mais que admirasse o pai e seu estilo de luta, ele não queria viver a sombra do mesmo, ele queria ser reconhecido pelo seu próprio talento. Esses pensamentos passam quando Cyrus chega ao topo e usa a lança para se levantar. Quando termina de se levantar com dificuldade, ele começa a caminhar e, supostamente, parecia estar indo a Fhoreos para destruir a relíquia como disse outrora. Enquanto vai andando, ele começa a sentir muitas dores e muito cansaço, estava chegando ao limite de seu corpo, a luta e os danos que sofreu contra a centopeia, mais os danos na luta contra Edward, estavam cada vez mais evidentes, Cyrus não podia negar que seu corpo tinha um limite, apesar de ser forte e ter treinado incansavelmente durante muito tempo e mesmo com suas experiências em batalha, ele ainda era humano e tinha que conviver com o cansaço e a fadiga. Apesar disso, ele consegue andar bastante e percebe que deve ter andado, mais ou menos, umas três horas.
Enquanto isso, Edward começa a se recuperar e levanta-se para se esticar, quando nota que Elisa está na sua frente com uma cara impaciente e percebe que existe um corpo de um cara ensanguentado próximo a ela e Cyrus não está mais lá.
— Onde está Cyrus? — Pergunta Edward a Elisa desconfiando que ela tenha feito algo ao seu amigo — Ele não devia nem se levantar, quem dirá sair andando por aí!
— Calma, Ed, eu sei que pode parecer estranho, mas ele levantou, andou e não apenas andar, ele também saiu da cratera, naquela direção, e sumiu da minha vista. — Diz Elisa percebendo o quão absurdo foi a atitude de Cyrus no estado em que ele se encontrava, mas mantendo a calma que lhe é peculiar.
— Como assim!? — Edward não encontra palavras para procurar entender o ocorrido. — Ele se curou, foi isso? Não faz sentido ele ter saído naquele estado!
— Bom, Ed, se você olhar o rastro de sangue, você verá que ele não se curou. — Elisa responde a pergunta de Edward e começa a questionar se Cyrus é realmente humano.
— Elisa, por favor, como você pode usar magia, use-a para curá-lo antes de irmos a Fhoreos, precisamos salvá-lo, sua vida corre perigo. — Edward faz um pedido a Elisa por estar preocupado com o amigo.
— Bom, Ed, se ele quiser ser curado por magia. eu o farei, mas duvido que ele aceitará, pois, pelo que percebi, ele guarda um grande ressentimento contra magia. Mas, voltando ao assunto, antes de Cyrus sair daqui, ele recebeu uma mensagem desse homem caído aí no chão e ficou bem abalado com a notícia. — Diz Elisa tentando justificar a atitude de Cyrus por ter saído naquele estado.
Após Elisa terminar de falar, Edward vai examinar o corpo do soldado caído e, ao virá-lo de barriga para cima, repara que do lado direito do peitoral, mesmo com muito cortes e sangue, dava para reconhecer o símbolo da guarda do vilarejo onde morava, apesar de não ser sequer um reino ou instituição militar independente, o líder, o velho Warren, achava que era bom para os soldados carregarem o símbolo de sua terra no peito e terem um motivo para voltarem vivos dos combates: continuar protegendo sua terra e as pessoas que não podem se proteger. Edward repara que já estava anoitecendo e que deve ter ficado um bom tempo desmaiado, então, ele corre e sobe a cratera seguindo o rastro do sangue de Cyrus.
— Vamos, Elisa, temos que encontrar e curar Cyrus antes que seja tarde demais. — Diz Edward subindo a cratera correndo.
—Certo, mas não esqueça sua espada, apressadinho. — Elisa fala dando um sorrisinho discreto e fazendo a espada flutuar e parar lá em cima na cratera, onde Edward chegaria se mantivesse a direção que está seguindo.
Edward e Elisa chegam juntos lá em cima e Elisa chega, literalmente, voando e Edward, correndo, pega a espada e continua no rastro de Cyrus para alcançá-lo logo.
— Quando estava subindo, antes de chegar ao topo, eu senti que algo estava saindo de mim, me senti meio fraco, mas não dei muito importância porque como havia acabado de me recuperar de um desmaio, achei que fosse normal. — Diz Edward correndo e querendo saber o que houve com parte de sua energia. — Mas, pensando bem, eu só me sinto assim quando você vai usar um dos seus feitiços, então eu gostaria de saber o que fez com minha energia.
— Nada demais, Ed, fiz apenas uma coisa que não deveria deixar de fazer. — Diz Elisa tentando parar o assunto por ali. — Não se preocupe.
— Se você diz que não tenho que me preocupar, tudo bem, pois, temos que curar Cyrus e ir a Fhoreos, pois tem muito que ainda tenho que aprender sobre "seu mundo". — Diz Edward ansioso com o que pode aprender no final disso tudo.
Edward continua correndo até que se depara com um homem encapuzado, uns quatro ou cinco metros, olhando o sangue de Cyrus, parecia que o estava analisando e, quando percebe a presença de Edward, desaparece em pleno ar.
_ — O que foi isso, Elisa?? — Diz Edward assustado.
— Possivelmente, Ed, ele deve ser um dos Xamãs do sul, eles possuem suas técnicas baseadas no estudo do corpo humano e, dependendo do que eles oferecem aos "grandes espíritos", eles conseguem um efeito diferente. — Diz Elisa com certo medo do que pode acontecer e tentava esconder esse medo de Edward.
— Não tô entendendo nada, Elisa, tem como me explicar o que estava havendo aqui? — Diz Edward confuso a respeito das coisas estranhas que estão acontecendo e continuarão a acontecer.
— Bom, Ed, agora não dá pra explicar e eu não conheço muito das tribos do sul, então só te confundiria agora e te desconcentraria do nosso objetivo agora. — Diz Elisa com certa seriedade, mas  insegura se vai conseguir explicar tudo a Edward.
— Certo! Então quando isso acabar, você me explica o que você souber para que eu possa me situar no que está acontecendo. — Diz Edward confiando nas palavras de Elisa.
Eles então continuam a seguir o rastro de sangue deixado por Cyrus e, após mais ou menos uma hora e meia, encontram-no de pé e com a mão direita sangrando, apesar de Edward não perceber, Elisa nota que ele deve ter furado ou cortado a própria mão na lança para se manter consciente, mas nesse momento, mesmo estando consciente, não possui mais forças para continuar, estava no seu limite físico, embora sua mente não quisesse admitir. 
— CYRUS!! — Edward grita para que Cyrus possa manter sua atenção nele e assim mantê-lo consciente. — Me deixe curá-lo com magia, no estado em que você está, acabará morrendo em poucas horas, então, por favor, deixe-me ajudá-lo!
— Não.... Eu... nunca... me... permitiria... ser.. curado... por... magia... — Diz Cyrus bem fraco e falando com dificuldades. — Sabe, Edward, eu pensei em ir a Fhoreos e quando li aquele bilhete, mas eu sei que não aguentaria nem chegar vivo a entrada da floresta, então, me lembrei que pouco antes da floresta, existe uma vila, a vila Cardeos, uma vila onde eles evoluíram tanto a medicina que até alguém quase morto feito eu poderia ser curado e, a melhor parte, é que eles não usam magia... Eu pensei que pudesse chegar lá antes de perder a consciência...
Cyrus ia começando a cair para o lado direito dele, quando Edward corre e o escorra rapidamente.
— Mas, você chegou.. — Diz Edward dando um sorriso aliviado quando percebe que estão na entrada da vila.
Edward então o carrega até aonde é informado pelos guardas na entrada ser o local onde cuidam das pessoas que estão feridas e, assim que chega ao local, uma grande casa branca de dois andares, é ajudado, pelo que parece ser, um funcionário do local e levam Cyrus até o segundo andar, numa sala especial para pacientes graves. Em seguida, o responsável pelo local, o velho Makal Ruboc, conhecido por curar muitos pacientes sem magia, se apresenta e diz que ajudará Cyrus a ter uma ótima recuperação.
— Obrigado, muito obrigado, senhor. — Agradece Edward a Makal por ajudar seu amigo que estava bastante ferido. — Fico muito agradecido por ajudá-lo e avise-o quando ele acordar que o amigo dele, Edward, está feliz por sua recuperação. Agora, eu tenho alguns afazeres e, por isso, não poderei ficar.
— Pode deixar, meu jovem. Eu o aviso sobre isso e vá fazer seus afazeres agora, começaremos a tratá-lo agora mesmo. — Diz Makal tranquilizando-o.
Após as palavras tranquilizantes de Makal, Edward se retira da casa e sai da vila em direção a Fhoreos para cumprirem, finalmente, o objetivo que tinham combinado ao sair do castelo. E porque, Edward queria aprender mais sobre esse mundo novo que foi envolvido e que nada conhece.
À noite, eles chegam a entrada de Fhoreos.
— Preparado, Ed? Depois daqui, ficará fácil entender as regras desse mundo místico, eu acho. — Pergunta Elisa a Edward e, ao mesmo tempo, procura incentivá-lo a entrar na floresta, pois seria mais fácil dele entender.
— Tô preparado sim e, mesmo que não estivesse, eu tô curioso para aprender o que tem a me ensinar. — Diz Edward se auto-incentivando a prosseguir.
Edward entra na floresta e agora, muitas coisas se esclarecerão, mas também muitas outras perguntas surgirão, nesse mundo onde existe o místico, certeza não é algo predominante. 

Laços - Episódio 5

Episódio 5: Edward vs Cyrus 
Edward disfere um corte horizontal em Cyrus, mas ele defende segurando a lança com ambas as mãos e meio inclinada. Após isso, começam a trocar uma sequência incrível de golpe onde, ora Edward atacava com cortes horizontais e verticais e Cyrus defendia ou esquivava ou Cyrus atacava com estocadas que, quando via que Edward poderia contra-atacá-lo ao esquivar, ele girava o corpo com a lança para diminuir suas aberturas, evitando assim, um contra-ataque. Ou ele atacava com corte a uma certa distância que dificultava a aproximação de Edward. Em alguns momentos, Edward conseguia furar esse bloqueio e vencer a distância que os separava e ia desferindo um golpe contra Cyrus, mas este não hesitava e jogava o corpo em uma direção que evitasse o golpe. Numa dessas evasivas, Cyrus sai rolando cratera abaixo e para próximo a centopeia morta, imediatamente, para não dar tempo de Cyrus se recuperar, Edward pula cratera abaixo e já vem desferindo um golpe contra Cyrus que, por sua vez, pula na direção de Edward atacando com a lança. Quando os ataques se chocam, as armas saem voando, de modo que, a espada de Edward para presa em uma das patas da centopeia e a lança de Cyrus para atrás de Edward. Desarmados, eles se encaram em silêncio e, mesmo sem dizer uma palavra, era como se entendessem o porquê estavam lutando e o sentimento que os estava o fazendo prosseguir naquela luta. Após, se recuperar um poucos, nesses pequenos segundos que ficaram se encarando, avança em direção a Cyrus na intenção de dar-lhe dois socos, um por cima e outro por baixo, mas, Cyrus defende ambos os golpes , segurando suas mãos e o lança para longe, ainda dentro da cratera e caminha em sua direção estalando os dedos que, após terminar de fazer essa ação, corre na direção de Edward e o ataca numa sequência rápida de socos e chutes que só permite a Edward defender ou esquivar, pois não dava-lhe tempo de pensar numa reação. Num descuido de Edward, ele é acertado por dois socos e, a partir desses, muitos outros o atingem até que este cai muito ferido no chão e Cyrus, por sua vez, parecia bem cansado e ofegante, ele parecia sentir algumas dores, era evidente para Edward que ele não havia se recuperado da luta contra a centopeia, mas não podia fazer nada, pois estava ferido demais para pensar em derrubá-lo, ele ainda tinha esperanças de ter forças de acabar essa luta e seguir com Elisa para a floresta e fazer o que estava planejado para o dia de hoje. Ele se levanta e fica encarando Cyrus e, nesse pequeno tempo, eles reuniam um pouco de folego e começam a ter recordação do tempo em que eram pequenos.
Cyrus era uns quatro anos mais velho que Edward e fora ele que o ensinou um pouco de _Kenjutsu__ que, por sua vez, aprendia com seu pai. Eles ficavam o dia inteiro praticando e procuravam aprender brincando, pois, segundo Cyrus, se isso for levado muito a sério, perderia a graça, pois eles perderiam a empolgação dia após dia. Eles travaram inúmeras batalhas naquele tempo e, apesar de grande parte das vitórias serem para Cyrus, Edward estava sempre a evoluir e, embora não admitisse, Edward era muito mais rápido e tinha ataques mais precisos. O que desgastava Cyrus no final das batalhas. Na última luta deles, antes que Edward seguisse sua primeira viagem como aprendiz de um mercador da vila, eles terminam em empate e, por pouco, Edward quase ganha, deixando Cyrus assustado com a forma como ele se adapta rápido aos movimentos do oponente._
Quando volta a si e se recuperam, eles avançam um em direção ao outro, atacando com socos e chutes e não tinham a preocupação de esquivar, pois o que os mantinha de pé era a determinação que os levava até ali. Enquanto um estava ali para seguir a pessoa que era seu líder e fazia o melhor para proteger as pessoas de sua comunidade, o outro estava ali lutando por pessoas que não podiam se defender e que precisavam de sua ajuda para impedir algo ruim de acontecer. Tudo termina quando, eles param com seus punhos um na barriga no outro e cospem sangue no mesmo instante.
— Você ficou mais forte, moleque. — diz Cyrus quebrando o silêncio e ofegante, ele dá um passo pra trás e cambaleia. — Sei que vamos nos enfrentar outras vezes e espero ser capaz de entender os motivos de alguém que prefere seguir uma bruxa a seguir as ordens da pessoa que lhe criou como um filho, apesar de ter trocado inúmeros golpes com você, não fui capaz de perceber nada, apesar que acho isso compreensível, porque nunca fui bom em entender sinais.
Após terminar de falar, Cyrus cospe um pouco de sangue em cai desacordado de frente de Edward, enquanto esse, vai caindo lentamente de frente para Cyrus com um sorriso e uma lágrima escorrendo dos olhos enquanto pensava que poderia ser mais forte e pede perdão a Elisa por não poder continuar.
Lá em cima, Elisa sente que a energia de Edward está no fim e, quando vai procurar por ele, uma voz diz:
— Não tenha pressa, jovem bruxa. Eu sei que você apenas o está usando para que possa recuperar seu corpo e o descartará assim que conseguir o que puder. — diz um homem encapuzado se aproximando do outro lado da cratera. — Sabe, eu poderia acabar com tudo isso agora e por um fim em toda a sua esperança, mas não teria graça e eu perderia a diversão de vê-la se desesperando dia após dia, por perceber que confiar em moleque sem experiência nenhuma em batalha é um erro e você acabaria desistindo de tudo por conta própria porque não aguentaria ver a materialização do seu desejo de voltar a vida, no caso ele, morrer tão miseravelmente.
Dito isso, o homem lança um raio roxo em direção a cratera, absorve a centopeia e desaparece em pleno ar.
Elisa, aindam assustada com o que o homem disse, mas decidida de que precisam ir até Fhoreos para pegar a tal relíquia e fazer Edward um pouco mais forte, pois, infelizmente, ela depositara todas as suas esperanças nele. Ela desce até lá em baixo, ela vai levitando, e percebe que a pata da centopeia havia ficado lá presa pela espada de Edward e ela, rapidamente, percebe que a mesma deve se tratar de uma criatura mágica, então, converte a parte da pata em energia mágica e a usa para recuperar Edward. Ela percebe que mesmo após a cura, Edward continua inconsciente e fica ali o esperando acordar e percebe que, talvez, os povos do sul tenham começado a se mover mais cedo e isso dará a eles menos para fazer algo em relação a criatura. Ela chega a se arrepender por envolver Edward nessa história toda e não faz ideia de como o protegerá daqui pra frente.
— Se eu tivesse meu corpo, tenho certeza que as coisas seriam mais fáceis e duvido que pessoas como aquele homenzinho ficariam fazendo graça comigo como se eu fosse uma espécie de protegida. — Elisa diz isso olhando para Edward e pensando como as coisas seriam diferentes se ela não estivesse numa situação de tamanha impotência.
Após terminar de falar isso, começa a chuviscar e Elisa sente a aproximação de alguém lá em cima da cratera.

Laços - Episódio 4

Episódio 4: Primeira Aventura


Edward acorda assustado com Galadorf lhe sacudindo dizendo que alguns livros da biblioteca estavam mexidos e que não podia ter sido nenhum dos dois, pois se.tratava de feitiços muito avançados e que consumiriam muita energia, tornando impossível que, pessoas normais como eles pudessem usá-los. Também comentou que, o possível invasor só pode estar querendo ter em mãos o segredo de sua senhora.
— Relaxa, velho — diz Edward pensando que, supostamente, pode ter usado sua energia para ficar com forma e pesquisar por algo. — Bom, primeiro, acalme-se, segundo, eu estive lá até tarde da noite e nem barata tinha lá, então pode confiar que ladrão não é.
— Que seja, como estava dormindo, não posso dizer nada — diz Galadorf não muito afetado pelo pensamento positivo de Edward. — Pretendo começar a ensiná-los etiqueta e a ler e escrever hoje. Quanto antes começarmos melhor. E você? O que pretende fazer pra ajudar hoje?
— Ahhh... Bem.. — Edward disfarçando e tentando parecer ocupado. — tenho umas coisas pra resolver e ficarei o dia fora. Me desculpe.
— Não precisa se desculpar, jovem, só não se esqueça de suas responsabilidades para com as crianças. — diz Galadorf tentando o fazer se sentir culpado enquanto se retira e encosta a porta.
Quando a porta se fecha, Edward se senta na cama e escuta:
— Ainda bem que disse a Galardof que estaria ocupado no dia de hoje. — Diz Elisa parada ao seu lado. — Vou te levar para dar um passeio e espero que aprenda algo. Não sou de explicar a mesma coisa duas vezes.
— Como assim!? Um passeio? — diz Edward não entendendo absolutamente nada do que porquê Elisa ter proposto algo tão repentino. — Eu pensava que ia ficar repassando os conceitos básicos durante horas na biblioteca até que eu fixasse todo o básico da magia.
— Ai Ai... — diz Elisa com uma cara de decepção. — Eu planejo te ensinar na prática, colocarei você em situações de perigo para que possa se virar em quaisquer outras.
— Ca-calma a-aí... — diz Edward com certo medo. — Eu não sobreviveria nos lugares que está acostumada a treinar, eu sequer domino o básico da magia, eu posso morrer se for assim, sem uma noção!
— Para de ser medroso, Ed! — Elisa cruzando os braços e com o rosto sério. — Olha aqui, eu vou estar lá também, então, se algo der errado, eu farei o possível pra te proteger, tá?
— Certo, mas escuta aqui, eu não posso morrer antes de encontrar uma forma de recuperar seu corpo e fazer companhia para aquelas crianças até que possam entender como o mundo funciona. — diz Edward um pouco mais confortável. — Vou trocar de roupa e, quando voltar, você me explica os detalhes do que vamos explorar e o que devemos recuperar.
Edward se levanta, vai até o armário e encontra umas roupas que lhe serviram perfeitamente e vai até o banheiro tomar banho e trocar de roupas, quando volta, ele está com blusa social branca, uma calça preta e um sapato preto.
— Bom, começando a explicação, saindo daqui, nós vemos a noroeste e, após uns 50 minutos de caminhada, nós chegaremos a entrada da floresta de Fhoreos
que possui uma defesa própria e nos impedirá de chegar ao centro. — diz Elisa em tom de quem explica algo seriamente. — continuando, se não nos mostrarmos hostis quando entrarmos, ela apenas nos colocará para andar em círculos ou lançará esporos alucinógenos para limitar nossos sentidos, todavia, se mesmo isso não nos parar, quando estivermos nos aproximando do centro, ela enviará seus Minions, pequenos soldados de madeira que, além de ágeis, possuem garras claro veneno, então não seja atingido. Caso passemos dos Minions, possivelmente, estaremos vendo a árvore-mãe, então Fhoreos enviará sua última defesa: Gör, uma criatura de pedra e madeira incrivelmente forte e com inteligência o bastante para não ser encurralada por múltiplos inimigos. Se vencermos, poderemos tirar de dentro de Gör um artefato mágico. Simples, né, Ed?
— Bem, nem sei o que falar. — diz Edward apenas esperando que tudo dê certo. — Sabe, eu gostava de "brincar" com espadas quando era mais jovem e, meu amigo no vilarejo, me ensinou o básico para eu me defender. Ele chamava de Kenjutsu, apesar de eu gostar da arte, eu não dei continuidade porque preferi ficar com o pessoal da caravana de comércio, eu viajava a todos os lugares, conhecia pessoas e criava meus mapas e, graças a eles, eu sabia exatamente como parte de qualquer lugar de volta a vila.
— Isso é bom. — diz Elisa com um sorriso no rosto. — Assim, é certo que não nos perderemos quando partirmos, pois, com sua memória e capacidade de criar mapas, podemos ir e voltar sem nos preocupar com nos perder.
— Mas Elisa, eu não conheço o local pra onde estamos indo, apenas conheço daqui, o castelo, até a vila. Não conheço nenhum outro lugar acima daqui. Desculpe. — se desculpa Edward por achar não ser de tanta ajuda.
— Eu sei que não conhece o caminho para chegarmos a floresta, mas poderá memorizá-lo para fazermos uma volta tranquila. — diz Elisa tentando aliviar os pesos sobre os ombros de Edward e o fazendo se sentir mais confiante.
Após terminar de falar, Elisa pede que Edward pegue uma mochila e arrume uns suprimentos para ele ter água e comida para a viagem e pediu que ele levasse uma espada velha que tem no porão que, acredita ela, pertenceu ao antigo dono do castelo. Ele demorou uns 30 minutos para fazer as preparações e, tendo feito, saiu junto com Elisa do castelo e foram em direção a floresta.
A trilha parecia tranquila e não tinha perigo algum aparente durante toda a viagem e, segundo Elisa, não teriam que passar por nenhuma cidade, pois a trilha cortava por fora de um pequeno vilarejo. Então, quando já haviam caminhado uns 20 minutos, encontraram, na trilha, rastros de sangue e cheiro de carne em decomposição e isso incomodou um pouco Edward, mas o mesmo se manteve firme para não parecer fraco diante da Elisa. Após mais alguns minutos, eles encontram uma cratera e um homem de costas com uma lança nas costas do outro lado. Edward fica meio assustado, mas vai se aproximando pouco a pouco até chegar na ponta da cratera e, ver quando olha pra baixo, o que parecia ser uma centopéia gigante cortada em múltiplos pedaços e, ao olhar pra frente, ele arregala os olhos e diz, num tom baixo:
— Não pode ser, não pode ser... — sussurra Edward parecendo não acreditar no que vê.
— O que foi Ed? — Pergunta Elisa curiosa.
— Ele é o atual capitão do exército que está esperando para invadir o castelo quando eu der o sinal, mas não faço idéia do que ele faz aqui. — diz Edward querendo entender a situação.
— Qual o nome dele, Ed? — Pergunta Elisa com grande curiosidade.
— Cyrus Sparking — responde Edward.
— CYRUS!!! Grita Edward para o homem de costas olhando algo a sua frente.
— Se não é o pequeno Edward. — Fala a pessoa que parece ser Cyrus se virando para Edward. — Sabe, desistimos de esperar para invadir o castelo da bruxa, o velho Warren descobriu uma forma de acabar com a magia dela, mas será complicado porque teremos que pegar 6 relíquias e, como viu, meus homens foram dizimados por essa centopéia gigante e nem chegamos perto do local ainda. Eu sei que não conseguirei sozinho, não sou burro, com você me ajudando, talvez tenhamos uma chance.
— Você não fará nada, Cyrus! — as crianças são inocentes, não importam o quanto tenham sido grandes os pecados da mãe. — Edward em um tom de voz agressivo. — Não permitirei que tente fazer qualquer coisa que acabe com a esperança dessas crianças!
— Olha, olha... Se não é o pequeno Edward se rebelando contra uma ordem do velho. — diz Cyrus com sangue nos olhos e retirando aança das costas e a apontando para Edward. — Acho que terei que puni-lo por traição ao nosso senhor, levarei sua cabeça ao velho e direi que estava sob a maldição da bruxa.
Cyrus então, num pulo, chega ao outro lado e Edward consegue defender o ataque com sua espada por pouco.
— Belos reflexos, pequeno Edward. — diz Cyrus num tom debochado. — acho que você melhorou um pouco desde a última vez que treinamos juntos.
— Pare de brincadeiras, Cyrus! Eu vou te parar e te fazer perceber que está machucando inocentes. — diz Edward dando um salto pra trás e partindo pra cima de Cyrus.
— Será uma batalha interessante, acho melhor observar como Ed se sai numa luta de verdade — diz Elisa com um sorriso no rosto.


Laços - Episódio 3

Episódio 3: Esclarecendo as coisas


Após cair desacordado, Edward começa a ouvir alguém lhe chamando na sua mente. A principio, ele parecia não conhecer a voz que lhe chamava, mas, aos poucos, percebe que se tratava da mesma pessoa que falava com ele antes de cair desacordado. Quando volta a si, está caído meio de lado com rosto virado para a estante e, quando se levanta e se senta para então ficar fé pé, encontra uma jovem, trajando uma túnica preta, cabelos roxos e, pela altura, parecia que batia em seus ombros, meio agachada, olhando fixamente para ele. Edward se assusta quando, no susto, cai para frente e atravessa a jovem.
— (Risada) — Ri incontrolavelmente até que, por fim, para ao encarar o rosto sério de Edward que não entendia nada o que estava acontecendo. — Bom, como percebeu, eu não possuo um corpo físico e, esse corpo, não passa de energia espiritual que armazenei nesse livro para uma emergência, foi liberto graças a sua ajuda. Acho que, daqui pra frente, você será meio inútil, considerando o seu estado atual e o que está por vir. Você não possui nem conhecimento, nem a força pra tanto.
— Pera aí!!! — Diz Edward com um pouco de raiva e se sentindo insultado — Você entope minha mente com informações que não faço idéia do que são, levanta minha moral e autoestima dizendo que serei útil na criação dos gêmeos e em guiá-los ao caminho que salvará a humanidade e agora, você diz na minha cara que não posso fazer nada porque não estou situado no que acontece!? Absurdo sua colocação, você é muito ingrata! Só ficarei aqui porque tenho que cuidar das crianças e elas não tem mais ninguém no mundo.
— Awnn! Que fofinho — suspira a jovem ao ver que, mesmo com raiva, ele não conseguia parar de pensar nas pessoas que não tem como se defender. — Bom, primeiramente, me perdoe por essa grosseria, eu apenas estava tentando te defender e que não se machucasse em vão. E desculpe minha falta de educação por não me apresentar. Meu nome é Elisa Sorcier, a mãe dos gêmeos, muito obrigado pelo cuidado que dará aos meus filhos. Se me permitir, eu gostaria de lhe explicar melhor as visões que mostrar a ti mais cedo.
— Mãe dos gêmeos!? Me proteger!? Quando aquela maga arrogante virou essa jovem doce que eu não percebi!? — Ainda sentado, Edward esboça uma clara expresso de surpresa — Mas sim, eu espero que me mostre o que elas significavam para que possa ajudar melhor na criação dos gêmeos e que possa lhes contar a verdade quando chegar a hora. Desculpe não me apresentar, meu nome é Edward Lewis, minha jovem.
— Exatamente, tudo isso que falou em tom de pergunta é verdade, SENHOR Edward. — diz Elisa enfatizando no "senhor", colocando a mão na cintura, inclinando o corpo pra frente e rindo. — Mas bem, eu fiquei um pouco surpresa porque não me julgou por ter filhos cedo, normalmente, as pessoas começam um mimimi moralista, achando que eu sou uma espécie de corrompida em meio a um mundo de santos. Você é realmente especial... (risadas)
— Não julgo quem não conheço, minha cara Elisa e, antes que caia no esquecimento, não sou tão velho assim, me sinto magoado por me chamar de velho, mas enfim, não conheço sua história e  a única coisa que sei é que tenho que cuidar dos seus filhos. E outra coisa, não sou tão especial assim, apenas faço o que é certo. — diz Edward tentando tranquilizar Elisa e tentando não não se sentir tão superior aos outros — Não gosto que me chamem de especial, qualquer um pode fazer o que faço.
— Relaxa, bobinho, mas sim, você é especial, se soubesse as atrocidades que as pessoas "normais" fazem pra atingir seus objetivos, valorizaria mais cada ação sua. Mas bem, para sua sorte e seu azar, eu não posso fazer muita coisa nessa forma, então não se preocupe em achar que eu farei algum mal com meus feitiços ou me aproveitarei da minha habilidade pra te fazer algo. Apesar que, se eu te usar um pouquinho, eu poderia usar a magia para lhe mostrar o que aconteceu e lhe deixar a par da situação. Você aceita "ser usado" por mim? — diz Elisa num tom malicioso. — Eu fui direta, pois duvido que alguém fofo como você fosse capaz de fazer mal uso da minha magia. (risos de canto de boca..)
— Me usar!? — Edward se espanta com a proposta e fica boquiaberto com a pergunta. — Fico feliz que tenha confiança em mim, mas gostaria que parasse de me bajular, não gosto que fiquem falando que sou mais ou menos que alguém ou grupo. Mas, por favor, me explique o que deseja fazer comigo.
— Primeiro, fique em silêncio e não atrapalhe minha concentração, depois, pegue um amuleto que seja de grande valor pra ti e deixe onde eu possa ver e depois, espere que eu termine o que vou fazer. — diz Elisa querendo começar logo — Preparado?
Estou sim — diz Edward com um pouco de medo e retira um colar com uma pedra roxa do bolso da calça e coloca no pescoço, bem visível pra ela.
— O que é essa pedra? — Pergunta Elisa.
— Era da minha mãe, os cidadãos da vila da onde eu fui criado me disseram que isso trouxe muita sorte pra minha mãe e que traria pra mim. Além disso, eu sinto como se ela sempre estivesse comigo. — responde Edward com um sorriso nos lábios.
— Entendi, não podemos trazer os mortos de volta, mas podemos impedir que morram no nosso coração. — Diz Elisa — Vamos começar.
Elisa caminha em direção a Edward, encosta em seus ombros e murmura umas palavras e, após uns segundos, a pedra começa a brilhar, transferindo uma espécie de energia estranha pra ela, enquanto Edward parecia ter algo sendo sugado de ti. Ela então começa a sentí-lo, se afasta um pouco, forma uma concha com ambas as mãos virada para a pedra e, mais uma vez, Edward sente sua energia ser sugada de ti, mas É mantém consciente. Até que ela junta as mãos e um círculo mágico aparece atrás dela e lá diz: — Vamos fazer uma viagem pelas minhas lembranças, mas já vou avisando que a história terá alguns buracos, devido ao fato de você não ter muita energia mágica.
Então, um círculo os envolve. Eles começam a ver uma cena em que a mãe dela quando ela era a pequena, a amaldiçoou dizendo que quando meus filhos nascessem, eles seriam os responsáveis pela destruição do mundo, visto que, apenas minha tataravó, podia usar magia e, nenhuma das gerações antes de mim, herdou tamanho poder. E ainda ficava, junto com as pessoas da vila me interiorizando, como se fosse errado possuir tamanho poder. Conforme fui crescendo, fui tomando um ódio pelas pessoas "normais" e, se não fosse o criado da família, Galadorf, teria sucumbido ao meu ódio e matado, a principio, todos os povos do norte. Então, eu acabei vindo para esse castelo afastado da capital e construí esse labirinto feito de magia para proteger esses humanos de mim, mas esse ódio não durou muito, quando completei meus 18 anos, um homem, parecia ter seus 40 anos, chegou aqui, após passar pelo labirinto e superar minhas criaturas mágicas como se não fossem nada. Eu me surpreendi com tamanha habilidade e fui tomada por grande admiração e me entreguei completamente àquele homem. Na manhã seguinte, eu me sentia meio fraca, mas achava que era por não ter dormido direito, então, ignorei. Só estranhei o fato do homem ter fugido e não ter dado notícia. Fiquei dois meses pensando se ele voltaria e, a cada dia que passava, ficava mais fraca. Até que, Galadorf, após perceber meu estado debilitado, pesquisa e descobre que, como não havia preparado meu corpo para a gravidez, ele fala que, como uma gravidez exige muita energia da mãe e, às crianças se desenvolvem "sugando" nutrientes da mãe e, no meu caso específico, eles também "sugariam" meu poder mágico e já que eu não armazenei uma quantidade razoável de energia, eu entraria em topor quando os bebês nascessem pois estaria em energia. Nesse momento, eu entrei em desespero e não sabia o que fazer, mas não queria matar as crianças, fio até a biblioteca, peguei um livro todo branco que tinha pra usar como recipiente (por sinal, foi o que pegou quando estava zanzando pela minha biblioteca) e o encantei com uma grande quantidade de poder mágico, botei de volta na biblioteca, e fui para o castelo da família na capital, para minha surpresa, ele estava vazio (Parece que os meus Irmãos e família não gostavam muito dele) e me tranquei na masmorra e esperei até que chegasse a hora do parto, só saia pra comer para garantir que as crianças nascessem saudáveis, queria garantir que gastaria a menor quantidade de energia possível. Quando chegou a hora, ele fez o parto e as trouxe pra cá para que ficasse protegida dentro do labirinto. E poderiam, quando crescessem, além de conhecer o mundo, serem felizes e não se deixarem iludir por pessoas superficiais mas, sim valorizar quando encontrasse alguém que falasse com o coração. Depois do parto e antes de entrar em topor, eu tive uma visão em que os povos do Sul tinham revividos uma criatura antiga, uma criatura forte e que seu único desejo é matar. Entrei em desespero quando terminei de ver a visão, porque não daria tempo das crianças aprenderem tudo o que precisavam para enfrentar o monstro. Lamentei não ter dado mais energia a eles, e perdi consciência horas depois.
— Interessante, mesmo usando minha pouca energia, você me mostrou bastante, acho que entendi a história e já sei o que fazer. Agora, eu entendo o que significam algumas daquelas visões, só espero que as crianças não briguem. — Edward diz ofegante, pois foi desgastante pra ele. 
— Descanse o resto da noite, pois amanhã temos trabalho a fazer — diz Elisa com certa empolgação — E, antes que pergunte, esse seu colar agora nos conecta e eu posso te passar instruções enquanto tiver com ele, então, não o perca.
— Entendi, então tenho que cuidar da mãe doidinha e das crianças — Edward diz sorrindo e caminha pra fora da biblioteca — Vou descansar agora, Elisa, nos vemos amanhã.
Elisa fica em silêncio e dá um sorriso bobo, enquanto vê Edward se afastar, pensando que, talvez, esteja deixando muitos destinos nas mãos de um único homem, mas que talvez, dê certo.

Laços - Episódio 2

Episódio 2: Preparações


Após chegarem ao castelo, Galadorf e Edward decidem checar o quarto dos bebês e ver se ainda estão dormindo. Após perceberem que ainda dormem, Edward se retira e pede para que o velho lhe siga, pois precisavam conversar. Vão até o sofá da sala de estar e sentam um de frente para o outro.
— Meu velho, não conheço nada no castelo e só cheguei ao quarto dos bebês porque estavam chorando, se não fosse isso, nunca os teria encontrado! — Diz Edward com certo exagero — Precisamos preparar o castelo para que tenhamos espaço para as crianças brincarem, estudarem e terem espaço para praticarem magia, além de, obviamente, aprenderem a boa etiqueta.
— Decerto, jovem. — Diz Galadorf calmamente — Bom, temos sete quartos no segundo andar, entre eles, o quarto dos bebês, meu quarto, o quarto de minha senhora e quatro quartos de hospedes. No térreo, no caso aqui em baixo, temos as salas, de estar e jantar, biblioteca, escritório, cozinha, dois quartos para empregados e a passagem para o porão. Lá fora, temos os jardins, na frente e atrás do castelo, a entrada para as torres, à direita e à esquerda do castelo, e o depósito. Acho que descriminei tudo, se faltou algo, olhamos melhor numa outra hora.
— Bom, então, acho que posso criar um programa para não sobrecarregar nós e as crianças — Diz Edward seguro do que acha ser o melhor — Continuando, as crianças parecem ter dois ou três anos, então, as ensinaremos na parte da manhã, as deixaremos relaxar um pouco depois do almoço e, à noite, eu arriscarei a fazê-las aprender magia, embora não saiba nada sobre, lerei os livros pra elas e farei o possível para que possam estar motivados e se empenharem bastante nas artes mágicas.
— Pode haver contratempos, meu jovem, elas podem se mostrar desinteressadas pelo fato de magia requerer dedicação e não ser nada fácil. — Diz Galadorf com medo do plano deles falhar — Temos que considerar todas as possibilidades.
— Não se preocupe quanto a isso. — Diz Edward — Como disse antes, estarei estudando com eles e farei o possível pra tornar as aulas divertidas, não se preocupe.
— Se você diz, então confiarei em você, meu caro. —  Diz Galadorf confiante sobre as palavras de Edward — Então, começamos amanhã.
Após terminarem a conversa, Galadorf se levanta e diz que vai dormir, pois, além de fazer um tempo que dormia em sua cama, para ele, estava tarde e ele gostava de dormir cedo. Após se despedir do velho, Edward vai até a biblioteca e, para sua surpresa, parecia que a mesma não tinha fim, não conseguia ver p final das estantes! Quando decidiu caminhar pela biblioteca, pois ficara um tempo observando sua enorme extensão, uma estante na parede sudoeste lhe chama atenção, o terceiro livro da quinta prateleira era branco, diferente dos outros que possuíam uma capa escura, mas, ao retirar o livro, ele se torna negro e, quando o abre, começam a vir em sua mente inúmeras cenas, primeiramente, uma voz feminina o reconhece como tutor dos gêmeos e lhe mostrará a verdade. Então, lhe é mostrado as terras do sul e numa cidade, que para ele nem existia, pois os povos do norte não se aventuravam nas terras do sul com medo de demônios, surgia da floresta uma criatura enorme, robusta, com chifres, caudas, garras e aparência demoníaca, liderando umas pessoas com tatuagens tribais com armas e armaduras primitivas e, em seguida, a seguida, a cena muda para uma mulher dormindo em algum lugar numa masmorra e, em algum lugar numa floresta, dois jovens se encarando, como se fossem brigar. Ao ver essas cenas, que eram mostradas ao mesmo tempo, Edward começa a ficar confuso pois, ele não tinha tempo para pensar no que via e elas continuavam a vir uma a uma e ele já conseguia nem prestar atenção em seus pensamentos, por fim, ele fica tonto e acaba  batendo na estante a sua frente e cai lentamente para a direita. Antes de perder a consciência, ele ouve a voz lhe dizendo:
— Tenho certeza que será um ótimo tutor e, se for compatível, poderá ser tornar um ótimo mago.
Após a mulher terminar de falar, Edward perde a consciência e parece que as visões sumiram da sua mente, mas a última mensagem fica, deixando em sua mente uma questão interessante: Por que ele teria que ter tamanha responsabilidade? 


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Trechos - Parte 2

"Nossos corpos são de carnes, mas muitos pensam que são de ferro. Dores que este aguenta, poucos são os que se contenta. Talvez fosse eu lamentar pelas dores que a muito senti, se por alguém eu pudesse dar este coração que a muito não sabe o que sentir."
— V. Carneiro

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Laços - Episódio 1

 Episódio 1: O Velho e o Moço 

Após acalmar os bebês e colocá-los para dormir, Edward, desce as escadas, já que os quarto das crianças fica no segundo andar, e vai até o sofá na sala de estar, senta e começa a pensar. Estava bastante indeciso e não sabia o que fazer. Por um lado, ele tinha um compromisso com sua cidade e deveria matar as crianças e salvar a todos, por outro lado, ele não podia matá-las pois elas sequer podiam se defender e pareciam tão frágeis e não sabiam o que estava se passando. Apesar dessas dúvidas, ele decide as criar, pois lembra que perdeu seus pais muito jovem devido a uma doença que os médicos não sabiam diagnosticar e falavam que era magia negra. E ele não podia deixar essas crianças a mercê do mundo por conta de especulação. Após muito pensar, vai verificar se os bebês estão dormindo e sai do castelo decidido a conversar com o velho Galadorf que parece saber muito e parece ter muito a dizer. Refazendo o caminho na ilusão, ele consegue chegar a caverna e, para sua surpresa, o velho estava lá, na mesma posição, sentado com as costas encostada na parede. 

— Pensava que não o encontraria aqui, meu senhor. - Diz Edward surpreso com a cena, parecia que entrara ali pela primeira vez.
— Meu jovem, eu não tenho nada mais a fazer, minha senhora não está mais entre nós, então pra onde esperava que eu fosse? - Diz Galadorf com uma leve risada. 
— Bom, se ela era sua senhora, eu pensava que ia ao castelo cuidar de seus filhos e continuar o legado dela, não? - Edward pergunta indignado. 
— Escute aqui, meu caro. - Galadorf fica sério e inclina o corpo pra frente - Aquelas crianças só salvarão a humanidade porque são as poucas, senão as únicas, que podem usar magia e enfrentar o que tem por vir, todavia, elas não merecem meu apreço pois seu nascimento exigiu uma enorme quantidade de energia de minha senhora a levando a um estado de animação suspensa. Não me pergunte o porquê, pois não entendo de magia. 

Após ouvir essas palavras, ambos ficam em silêncio por um tempo, até que o jovem o quebra. 

— Bom, talvez, exista uma forma de salvar sua senhora, - diz Edward em um tom persuasivo - como foi apenas porque eles drenaram a magia dela, talvez, se eles dominassem essa magia, eles possam trazê-la de volta. Se isso estiver correto, então acredito que ela voltará a vida.
— Hmmm - Galadorf parece concordar com Edward, mas diz em tom de dúvida - Você pode estar certo e esse seu plano pode funcionar, mas o que eu tenho a ver com isso? Pois, como vê, eu não conheço magia. 
— Mas sabe etiqueta, meu velho - diz Edward enaltecendo as qualidades dele - Sabes educar uma criança, como fazê-las se importar e lhes impor disciplina. 
— Decerto, meu caro - diz Galadorf orgulhoso de si - Eduquei minha senhora e cuidei para que se tornasse uma dama invejável, que muitos homens queriam desposá-la. Transformaria aquelas crianças em verdadeiros cavalheiro e dama. Mas, ainda assim, eles precisariam de alguém que lhes ensinassem magia.
— Não se preocupe, velho - diz Edward - se você se comprometer em cuidar da educação deles, eu cuidarei de dar-lhes foco e lembrá-los de seus objetivos, posso não saber usar magia, mas sei ser um bom conselheiro e fazer as pessoas a dar o melhor de si. 

Galadorf concorda com a cabeça, aperta a mão de Edward, lhe dá um abraço e decidem ir ao castelo, pois tinham que educar e treinar as crianças antes que o pior ocorra.

Laços - Introdução

Introdução:

A história a seguir é um conto sobre dois irmãos que nasceram numa vilarejo ao norte do continente gelado e que tinham ido pra lá para serem colocados para morrer. Isso porque a mãe deles era uma feiticeira que havia acometido uma cidade inteira com uma praga que tornou seus campos inférteis e muitas mulheres estéreis. Quando "a resistência" ficou sabendo que ela havia tido filhos e morrido no parto, forma tomados com a esperança de que se as crianças morressem, poderiam livrar sua cidade do mal. Todavia, como não sabiam onde estava as crianças, eles começaram a pesquisar formas de encontrá-las e, pelas estimativas de um jovem pesquisador, Edward Lewis, demorariam uns 10 anos pra descobrir o local e uns meses para encontrar as crianças, visto que, a feiticeira colocara uma barreira que criava um labirinto místico em volta de onde estariam as crianças. Nunca primeira expedição, Edward, em meio a ilusão, é mandado a uma caverna distante sem se dar conta e lá, conhece um velho homem, seu nome é Galadorf, e ele parece conhecer a feiticeira e diz ao jovem que as crianças podem ser a chave para que o mundo seja salvo daqui a uns anos de um grande mal. Mas, quando é questionado sobre o mal, Galadorf só diz que no momento certo a verdade virá e que não precisam ter pressa, a única coisa que precisam é que deem um jeito de encontrar as crianças e fazer com que elas sigam os passos da humanidade e decidam protegê-la por vontade própria. Confuso, Edward diz que pensará nessas palavras e sai. E, para sua surpresa ou acaso, se vê fora da névoa e em frente ao luxuoso castelo. Não encontra impedimento para entrar e nem dificuldades para encontrar o quarto dos bebês, pois estes choravam muito. Ele vê um berço com duas crianças lado a lado e se questiona se deve ou não matar aquelas crianças, repara que, de um lado do berço (na madeira horizontal) está escrito "Zack" e do outro lado, está escrito "Marie". E chega a conclusão que esses são os nomes do bebê. Após uns minutos, decide os criar ali mesmo, pois, supõe ter um bom suporte dentro do castelo e que, após os ensinar o que sabe e os mesmos tivessem mais crescidos, pensaria em como dizer a sua cidade que eles podem salvar o mundo.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Trechos

"O desejo de saber por que e como, curiosidade; esse sentimento é exclusivo do homem, não se verificando em nenhuma outra criatura viva. O homem distingui-se dos outros animais não só pela razão, mas também pela paixão. Nos animais, o apetite de alimentar e os prazeres dos sentidos predominam, afastando qualquer preocupação de conhecer as causas. A paixão é uma luxúria da mente que, perseverando no deleite que produz, a contínua e infatigável geração do conhecimento, supera a fugaz veemência do prazer carnal."
— Thomas Hobbes - Leviatã