Episódio 10: Desdobramentos
Após ouvir as palavras do homem mascarado, Edward olha para os lados e parece estar sozinho com o homem no local, primeiramente, ele leva a mão ao pescoço e não encontra o cordão e, em seguida, procura a espada em sua cintura e não a encontra. Começa então a procurar com os olhos, mas, até onde sua vista alcança, parecia não ver seus pertences. Até que é surpreendido com uma pedra que lhe acerta o joelho.
— Perdeu alguma coisa? — Pergunta o homem batendo a mão na calça para tirar a terra que ficou na mão.
— Antes de mais nada, o que quer de mim me trazendo para cá? Eu preciso voltar para o local onde estão meus companheiros, porque temos um objetivo importante a cumprir e não temos tempo a perder. — Responde Edward sendo evasivo e com medo que o homem lhe faça algo.
— Eu não acredito que você culpa a mim por estar separados dos seus companheiros!? — Diz o homem. — Vou dizer-te como o encontrei para que se esclareça as coisas e você possa entender que não tenho nada a ver com isso. Em resumo, porque existem algumas questões que não cabem falar, eu o encontrei aqui perto cercado por umas criaturas, desmaiado e então, eu o salvei e o trouxe para cá livre do alcance das criaturas.
— E por que me salvou? — Indaga Edward sobre as intenções do homem. — Quem me garante que você não é quem controla a floresta e, na verdade, é o tal Fhoreos atrás dessa máscara?
— Ih! Mais um paranóico nesse mundo. — Diz homem mostrando desânimo na voz como se estivesse arrependido de tê-lo salvo. — Não queria tocar nesse assunto, mas por que está nessa floresta e como sabe sobre Fhoreos? Você não me parece o tipo de pessoa que sabe sobre esse tipo de coisa. Com quem conseguiu essas informações?
— Consegui com um dos meus companheiros e, se me permite, tenho que ir encontrá-lo. — Responde Edward se levantando para sair.
— Espere aí, garoto. — levanta o homem e fica cara-a-cara com Edward. — Não posso deixar você sair assim, sabendo que tem muitas coisas estranhas acontecendo nessa floresta que não eram para acontecer.
— Essa floresta que não era para acontecer, sequer deveria estar aqui. Agora, me dê licença. — Diz Edward forçando a passagem.
— Pela forma como falou agora, eu tenho mais que certeza que você não faz ideia do que está acontecendo, apesar de mostrar tremenda preocupação com seus amigos. — Fala o homem seriamente. — Apesar de não ter nada a ver com sua vida ou suas decisões, eu não posso permitir que alguém se jogue num mundo perigoso e desconhecido e perigoso como esse que você deve conhecer apenas a ponta do iceberg que lhe contaram achando que era o suficiente para sobreviver e que isso bastava para vencer o espírito da floresta e conseguir a relíquia. Não lhe contarei tudo o que sei porque não sei o que faria com toda a informação. Não sei nada sobre você, mas esse tipo de boa vontade e submissão aos "necessitados" é algo que me enjoa. Como se qualquer "coitadinho" por aî não tivesse culpa nenhuma por sua situação. Como se fosse tudo simples e fácil, preto e branco, como se a pessoa que hoje é a subjulgada, estivesse sempre assim. Você me culpa por tê-lo separado dos seus companheiros, mas ninguém o obrigou a vir aqui, você não foi forçado a fazer nada que não queira. Tudo o que está passando aqui é culpa sua e mais ninguém e, seus "companheiros" que tanto se orgulha e tudo sabem, deveriam ter te avisado sobre os perigos, mas não o fizeram. Você quer salvar um companheiro? Mas e se isso significar matar alguém? Proteger inocentes? E se você precisar ser salvo, quem o salvará? Posso estar falando coisas sem sentido, fora de contexto, mas você acha que existe uma separação entre o certo e o errado? O bem e o mal? O herói e o vilão? A linha entre esses opostos é muito tenue e basta uma pequena distração e uma atitude mal compreendida que você pulará de um lado para outro. Não aja como se existisse alguém no chamado "meio termo".
Após terminar de falar, o homem dá uma pausa e Edward começa a pensar em suas palavras e, ao mesmo tempo, não entendia nada, porque a única coisa que lhe vinha mente era encontrar Elisa, conseguir a orb de Fhoreos e ficar mais forte para ajudá-la a voltar para seu corpo e treinar os gêmeos. Parecia que nada mais fazia sentido em sua mente e sentia, em seu interior, uma raiva nunca sentida antes, mesmo quando viu Elisa não dando a mínima para os problemas de Gérard, mesmo quando seu amigo de infância, Cyrus, estava disposto a matá-lo para cumprir sua missão, assassinar os gêmeos e acabar com a magia, não tinha nada que se comparava, era como se aquele homem que lhe plantava dúvidas fosse a fonte de tudo e precisasse acabar com ele e, matando-o, resolveria metade dos problemas que cercam Elisa. Isso, Elisa era o que estava no centro de sua mente e as prioridades dela eram as suas, assim como seus desejos e ambições. Estava ali para servi-la e protegê-la a qualquer custo e quem estivesse impedindo seus planos, encontraria seu fim. Nesse momento, seu semblante muda para um que transparecia sua raiva, suas mãos tremiam. Era a primeira vez que sentia essa explosão de sentimentos e que percebia que era útil e necessário na vida de alguém. Ao mesmo tempo, seu corpo emanava uma aura assassina, como se a única forma de limpar o caminho para Elisa cumprir seus objetivos fosse matando seus adversários. E também estava obcecado para em encontrar a quem servia e que não hesitaria para passar de quem o impedisse.
— Parece até que já senti isso antes, é como se estivesse naqueles tempos. — Relembra o homem mascarado como se já sentisse essa atmosfera ao redor de Edward.
O homem começa a caminhar em direção à Edward.
— Quem você quer tanto proteger? O que vale entrar nessa floresta assombrada a séculos? — Exclama o homem.
— Você não entende nada mesmo, nunca entenderá. — Diz Edward com a voz arranhada.
Nesse instante, Edward ataca o homem com socos, pela direita e pela esquerda, mas é bloqueado em dificuldades e lançado para não muito longe.
— Eu posso te matar aqui se quiser, mas não tem sentido matar alguém que se deixou manipular e não faz ideia do porque está lutando. — Exclama o homem mais uma vez.
— Você acha que sabe de tudo, acha que entende as pessoas é que os motivos delas são sempre algo óbvio, mas não percebe que algumas coisas não podem ser explicadas e que, quando se trata de sentimentos, a questão não é racionalizar, mas deixar que as emoções fluam e que se torne alguém melhor por aquilo que acredita e fazer o que for possível pela felicidade de alguém. — Diz Edward ofegante se levantando.
— Você fala as mesma coisas que ele e tenta se justificar atrás de palavras bonitas. Mas, o mundo que acreditam viver e o mundo que vivem são completamente diferentes. — Diz o homem baixinho. — Pessoas que sonham alto como vocês são as mais fáceis de manipular.
Quando termina de falar, Edward, corre em direção ao homem e pula para lhe desferir um chute pela direita, mas é bloqueado. Em seguida, começa uma sequência de vários socos que, infelizmente, são todos bloqueados. E, mais uma vez, o homem o arremessa, só que desta vez, Edward bate numa árvore e cai desacordado. E o homem começa a sentir uma sensação estranha, como se algo fosse acontecer, mas totalmente fora do que havia previsto quando Edward havia acordado.
Enquanto isso, Elisa está parada e começa a ter uma sensação estranha e a ver linhas ligando ela ao cordão e outra que a ligava ela a outra coisa fora da barreira. O estranho é que a linha que saia da barreira, parecia estar mais forte.
— Desculpe perguntar, mas essas linhas o conectam ao jovem que estava contigo, certo? — Pergunta Gérard como quem não quer nada.
— Sim, mas não éramos para estarmos conectados, pois como pode ver, o cordão que nos unia está aqui caído. — Fala Elisa como quem não estivesse entendendo nada.
— Então, você pode usar magia para nos tirar, certo? — Indaga Gérard.
— Poder, eu acho que posso, mas eu não sei seu estado e, se usar energia demais, eu posso matá-lo. — Diz Elisa cortando as esperanças de Gérard.
Quando terminou de falar, um silêncio se formou e Elisa começou a ter a sentir que algo não está certo e sabia, inconscientemente, que aquela linha podia não ligá-la a Edward.
— Não acredito que você está aqui. — Pensa Elisa. — Você está agindo antes da hora, só espero que saiba o que está fazendo e que faça tudo certo.
Voltando ao templo abandonado, temos Cyrus e Sophia olhando para o papel esperando que algo fosse acontecer, entretanto, nada aconteceu. Cyrus começa a analisar o papel por curiosidade e percebe que, em seu verso, havia um recado, mas o nome do destinatário estava borrado.
— Esse brasão, eu acho que o conheço. — Diz Sophia a respeito do símbolo. — Segundo estórias que ouvia do meu pai e do pessoal da vila, existia uma mulher que construia um símbolo parecido com esse quando ia executar alguns feitiços.
— Sabe o nome dela? — pergunta Cyrus tendo em mente que essa mulher pode ser Elisa.
— Eles conheciam apenas estórias dessa mulher e que poucos eram os que tinham contato com ela e, os que conseguiam esse contato, eram tomados por grande devoção à ela e, por sua grande submissão, esqueciam até suas próprias vidas e necessidades para realizar os desejos dela. — Explica Sophia. — E, consequentemente, acabavam não tendo contato com as pessoas que fossem importantes pra ela e assim, não compartilhavam as informações que ouviam sobre ela.
— Acha que essa mulher estar viva? — Pergunta Cyrus. — Eu entendi o que acontecia, mas acho meio dificil essa mulher ter desaparecido do nada.
— Acho que sim, acredito que ela possa estar viva. — Diz Sophia — Pois, quando ouvia estórias sobre ela, eu devia ter uns cinco anos e, pelo que comentavam, ela devia ter seus 17 ou 18 anos e, como não tenho nem 18, acredito que tenha algo na casa dos 30.
Cyrus fica em silêncio pensando que, se essa mulher for Elisa e que Edward pode estar ajudando a recuperar seu corpo, talvez, não tenha escolha se não matá-lo. Sophia estranha o silêncio de Cyrus, mas respeita e o mantém. Inesperadamente, começam a ouvir passos vindo dos fundos em sua direção e diante deles, Sophia reconhece, surge a figura de Gérard e antes que pudessem falar alguma coisa, uma voz vindo do da direção oposta diz:
— Finalmente o encontrei! — diz um homem vindo da entrada, parecendo ter seus trinta anos, trajando um sobretudo amarelado, uma calça que parecia jeans e botas de couro, além de ter cabelos negros que passavam o pescoço e pele bronzeada. — Você pode parecer o Caçador Branco, mas não age como ele.
O homem que, fisicamente, era Gérard mantinha-se quieto com seu sobretudo branco, calça azul, botas acinzentadas, pele clara, cabelos grisalhos e um bigode grisalho devidamente aparado.
Cyrus não percebe, mas Sophia sente que o bilhete, o homem que controla seu pai e esse homem que acabara de chegar estão de alguma forma conectados a esses acontecimentos sem explicação.
— Perdeu alguma coisa? — Pergunta o homem batendo a mão na calça para tirar a terra que ficou na mão.
— Antes de mais nada, o que quer de mim me trazendo para cá? Eu preciso voltar para o local onde estão meus companheiros, porque temos um objetivo importante a cumprir e não temos tempo a perder. — Responde Edward sendo evasivo e com medo que o homem lhe faça algo.
— Eu não acredito que você culpa a mim por estar separados dos seus companheiros!? — Diz o homem. — Vou dizer-te como o encontrei para que se esclareça as coisas e você possa entender que não tenho nada a ver com isso. Em resumo, porque existem algumas questões que não cabem falar, eu o encontrei aqui perto cercado por umas criaturas, desmaiado e então, eu o salvei e o trouxe para cá livre do alcance das criaturas.
— E por que me salvou? — Indaga Edward sobre as intenções do homem. — Quem me garante que você não é quem controla a floresta e, na verdade, é o tal Fhoreos atrás dessa máscara?
— Ih! Mais um paranóico nesse mundo. — Diz homem mostrando desânimo na voz como se estivesse arrependido de tê-lo salvo. — Não queria tocar nesse assunto, mas por que está nessa floresta e como sabe sobre Fhoreos? Você não me parece o tipo de pessoa que sabe sobre esse tipo de coisa. Com quem conseguiu essas informações?
— Consegui com um dos meus companheiros e, se me permite, tenho que ir encontrá-lo. — Responde Edward se levantando para sair.
— Espere aí, garoto. — levanta o homem e fica cara-a-cara com Edward. — Não posso deixar você sair assim, sabendo que tem muitas coisas estranhas acontecendo nessa floresta que não eram para acontecer.
— Essa floresta que não era para acontecer, sequer deveria estar aqui. Agora, me dê licença. — Diz Edward forçando a passagem.
— Pela forma como falou agora, eu tenho mais que certeza que você não faz ideia do que está acontecendo, apesar de mostrar tremenda preocupação com seus amigos. — Fala o homem seriamente. — Apesar de não ter nada a ver com sua vida ou suas decisões, eu não posso permitir que alguém se jogue num mundo perigoso e desconhecido e perigoso como esse que você deve conhecer apenas a ponta do iceberg que lhe contaram achando que era o suficiente para sobreviver e que isso bastava para vencer o espírito da floresta e conseguir a relíquia. Não lhe contarei tudo o que sei porque não sei o que faria com toda a informação. Não sei nada sobre você, mas esse tipo de boa vontade e submissão aos "necessitados" é algo que me enjoa. Como se qualquer "coitadinho" por aî não tivesse culpa nenhuma por sua situação. Como se fosse tudo simples e fácil, preto e branco, como se a pessoa que hoje é a subjulgada, estivesse sempre assim. Você me culpa por tê-lo separado dos seus companheiros, mas ninguém o obrigou a vir aqui, você não foi forçado a fazer nada que não queira. Tudo o que está passando aqui é culpa sua e mais ninguém e, seus "companheiros" que tanto se orgulha e tudo sabem, deveriam ter te avisado sobre os perigos, mas não o fizeram. Você quer salvar um companheiro? Mas e se isso significar matar alguém? Proteger inocentes? E se você precisar ser salvo, quem o salvará? Posso estar falando coisas sem sentido, fora de contexto, mas você acha que existe uma separação entre o certo e o errado? O bem e o mal? O herói e o vilão? A linha entre esses opostos é muito tenue e basta uma pequena distração e uma atitude mal compreendida que você pulará de um lado para outro. Não aja como se existisse alguém no chamado "meio termo".
Após terminar de falar, o homem dá uma pausa e Edward começa a pensar em suas palavras e, ao mesmo tempo, não entendia nada, porque a única coisa que lhe vinha mente era encontrar Elisa, conseguir a orb de Fhoreos e ficar mais forte para ajudá-la a voltar para seu corpo e treinar os gêmeos. Parecia que nada mais fazia sentido em sua mente e sentia, em seu interior, uma raiva nunca sentida antes, mesmo quando viu Elisa não dando a mínima para os problemas de Gérard, mesmo quando seu amigo de infância, Cyrus, estava disposto a matá-lo para cumprir sua missão, assassinar os gêmeos e acabar com a magia, não tinha nada que se comparava, era como se aquele homem que lhe plantava dúvidas fosse a fonte de tudo e precisasse acabar com ele e, matando-o, resolveria metade dos problemas que cercam Elisa. Isso, Elisa era o que estava no centro de sua mente e as prioridades dela eram as suas, assim como seus desejos e ambições. Estava ali para servi-la e protegê-la a qualquer custo e quem estivesse impedindo seus planos, encontraria seu fim. Nesse momento, seu semblante muda para um que transparecia sua raiva, suas mãos tremiam. Era a primeira vez que sentia essa explosão de sentimentos e que percebia que era útil e necessário na vida de alguém. Ao mesmo tempo, seu corpo emanava uma aura assassina, como se a única forma de limpar o caminho para Elisa cumprir seus objetivos fosse matando seus adversários. E também estava obcecado para em encontrar a quem servia e que não hesitaria para passar de quem o impedisse.
— Parece até que já senti isso antes, é como se estivesse naqueles tempos. — Relembra o homem mascarado como se já sentisse essa atmosfera ao redor de Edward.
O homem começa a caminhar em direção à Edward.
— Quem você quer tanto proteger? O que vale entrar nessa floresta assombrada a séculos? — Exclama o homem.
— Você não entende nada mesmo, nunca entenderá. — Diz Edward com a voz arranhada.
Nesse instante, Edward ataca o homem com socos, pela direita e pela esquerda, mas é bloqueado em dificuldades e lançado para não muito longe.
— Eu posso te matar aqui se quiser, mas não tem sentido matar alguém que se deixou manipular e não faz ideia do porque está lutando. — Exclama o homem mais uma vez.
— Você acha que sabe de tudo, acha que entende as pessoas é que os motivos delas são sempre algo óbvio, mas não percebe que algumas coisas não podem ser explicadas e que, quando se trata de sentimentos, a questão não é racionalizar, mas deixar que as emoções fluam e que se torne alguém melhor por aquilo que acredita e fazer o que for possível pela felicidade de alguém. — Diz Edward ofegante se levantando.
— Você fala as mesma coisas que ele e tenta se justificar atrás de palavras bonitas. Mas, o mundo que acreditam viver e o mundo que vivem são completamente diferentes. — Diz o homem baixinho. — Pessoas que sonham alto como vocês são as mais fáceis de manipular.
Quando termina de falar, Edward, corre em direção ao homem e pula para lhe desferir um chute pela direita, mas é bloqueado. Em seguida, começa uma sequência de vários socos que, infelizmente, são todos bloqueados. E, mais uma vez, o homem o arremessa, só que desta vez, Edward bate numa árvore e cai desacordado. E o homem começa a sentir uma sensação estranha, como se algo fosse acontecer, mas totalmente fora do que havia previsto quando Edward havia acordado.
Enquanto isso, Elisa está parada e começa a ter uma sensação estranha e a ver linhas ligando ela ao cordão e outra que a ligava ela a outra coisa fora da barreira. O estranho é que a linha que saia da barreira, parecia estar mais forte.
— Desculpe perguntar, mas essas linhas o conectam ao jovem que estava contigo, certo? — Pergunta Gérard como quem não quer nada.
— Sim, mas não éramos para estarmos conectados, pois como pode ver, o cordão que nos unia está aqui caído. — Fala Elisa como quem não estivesse entendendo nada.
— Então, você pode usar magia para nos tirar, certo? — Indaga Gérard.
— Poder, eu acho que posso, mas eu não sei seu estado e, se usar energia demais, eu posso matá-lo. — Diz Elisa cortando as esperanças de Gérard.
Quando terminou de falar, um silêncio se formou e Elisa começou a ter a sentir que algo não está certo e sabia, inconscientemente, que aquela linha podia não ligá-la a Edward.
— Não acredito que você está aqui. — Pensa Elisa. — Você está agindo antes da hora, só espero que saiba o que está fazendo e que faça tudo certo.
Voltando ao templo abandonado, temos Cyrus e Sophia olhando para o papel esperando que algo fosse acontecer, entretanto, nada aconteceu. Cyrus começa a analisar o papel por curiosidade e percebe que, em seu verso, havia um recado, mas o nome do destinatário estava borrado.
— Esse brasão, eu acho que o conheço. — Diz Sophia a respeito do símbolo. — Segundo estórias que ouvia do meu pai e do pessoal da vila, existia uma mulher que construia um símbolo parecido com esse quando ia executar alguns feitiços.
— Sabe o nome dela? — pergunta Cyrus tendo em mente que essa mulher pode ser Elisa.
— Eles conheciam apenas estórias dessa mulher e que poucos eram os que tinham contato com ela e, os que conseguiam esse contato, eram tomados por grande devoção à ela e, por sua grande submissão, esqueciam até suas próprias vidas e necessidades para realizar os desejos dela. — Explica Sophia. — E, consequentemente, acabavam não tendo contato com as pessoas que fossem importantes pra ela e assim, não compartilhavam as informações que ouviam sobre ela.
— Acha que essa mulher estar viva? — Pergunta Cyrus. — Eu entendi o que acontecia, mas acho meio dificil essa mulher ter desaparecido do nada.
— Acho que sim, acredito que ela possa estar viva. — Diz Sophia — Pois, quando ouvia estórias sobre ela, eu devia ter uns cinco anos e, pelo que comentavam, ela devia ter seus 17 ou 18 anos e, como não tenho nem 18, acredito que tenha algo na casa dos 30.
Cyrus fica em silêncio pensando que, se essa mulher for Elisa e que Edward pode estar ajudando a recuperar seu corpo, talvez, não tenha escolha se não matá-lo. Sophia estranha o silêncio de Cyrus, mas respeita e o mantém. Inesperadamente, começam a ouvir passos vindo dos fundos em sua direção e diante deles, Sophia reconhece, surge a figura de Gérard e antes que pudessem falar alguma coisa, uma voz vindo do da direção oposta diz:
— Finalmente o encontrei! — diz um homem vindo da entrada, parecendo ter seus trinta anos, trajando um sobretudo amarelado, uma calça que parecia jeans e botas de couro, além de ter cabelos negros que passavam o pescoço e pele bronzeada. — Você pode parecer o Caçador Branco, mas não age como ele.
O homem que, fisicamente, era Gérard mantinha-se quieto com seu sobretudo branco, calça azul, botas acinzentadas, pele clara, cabelos grisalhos e um bigode grisalho devidamente aparado.
Cyrus não percebe, mas Sophia sente que o bilhete, o homem que controla seu pai e esse homem que acabara de chegar estão de alguma forma conectados a esses acontecimentos sem explicação.