domingo, 29 de março de 2015

Laços - Episódio 15

Episódio 15: 10 minutos

Fhoreos sente uma sensação estranha e, após despetrificar suas pernas, evoca um Gor e se funde a ele aumentando assim sua força e resistência física. Em seguida, Claude aparece completamente regenerado e sem sua cicatriz. 
— Fhoreos, meu caro, o farei pagar por ter avariado Ed e Rick e por ter se desfeito de Claude só por ele acreditar em coisas como destino. — Diz Claude com a voz distorcida, como se fosse outra pessoa. 
Fhoreos se assusta, porém lembra que, quando Claude pegou o amuleto do bolso, ele parecia estar enviando energia a algum lugar e, ao mesmo tempo, conversando com alguém telepaticamente. 
— Não precisa se assustar, sou eu Elisa. — Diz Elisa revelando estar possuindo o corpo de Claude. — Não exatamente eu, mas o suficiente para terminar com você em, no máximo, dez minutos. Acho que estou perdendo tempo com esse "blá blá blá".
Assim que termina de falar, "Claude" começa a flutuar e um dragão de fogo começa a circundá-lo em sentido horário, enquanto um dragão negro o circunda em sentido anti-horário. Antes que Fhoreos pudesse ter qualquer reação, o dragão de fogo o acerta e tanto sua armadura quanto suas pernas de madeiras, são reduzidas a cinzas em instantes e, logo em seguida, "Claude" se teletransporta para frente dele e, quando iria finalizá-lo com um ataque do dragão negro, uma luz começa a se expandir saindo de Fhoreos e o dragão negro é consumido e "Claude" precisa se teletransportar para escapar do clarão que, podia ou não fazer mal. Passado o clarão, Fhoreos se levanta completamente curado e como se nada tivesse lhe acontecido. 
— Interessante. — Diz Elisa no corpo de Claude com uma expressão surpresa. — Já tinha passado da hora de usar o Orb da Vida, pensei que fosse morrer e não fosse usá-lo. Saiba que este artefato será a chave para minha vitória. 
— Que idiotice! Ninguém que não seja eu pode utilizar esse orb. — Diz Fhoreos rindo e achando que o que Elisa disse não passou de uma piada de mau gosto. 
— Bom, é questão de tempo até que seus poderes sejam meus, velho Fhoreos. — Diz Elisa no corpo de Claude sorrindo. — Seu tempo acabou faz muito tempo, assim como dos outros, é um novo tempo. 
— Sou eu que sei quando deve ou não acabar meu tempo, não venha dizer quando minha vida deve ou não acabar. — Diz Fhoreos sem entender de onde vem tamanha determinação de Elisa. 
Fhoreos decide então evocar alguns Gor para atacá-los e Minions para paralizá-los com veneno, mas estes são dizimados por uma única rajada flamejante. Nesse momento o amuleto de Claude desaparece de suas mãos. 
— Acabou. — Diz Claude sendo ele mesmo. 
Fhoreos começa a rir e parte para cima de Claude com garras de madeira parecidas com a dos minions, porém quando chega cara-a-cara com ele, Fhoreos paralisa. 
— O que está havendo? — Questiona Fhoreos. 
— Aconteceu que você perdeu e nós vencemos. — Diz Claude sorrindo. — Agora, farei o que combinei com ela, mesmo estando discordando, mas promessa é dívida. 
Então, misteriosamente, o orb começa a sair de dentro de Fhoreos e Claude vai levando a mão em direção ao mesmo para extraí-lo, todavia, o corpo de Fhoreos junto com o orb são teletransportados e Claude fica sem entender nada. 
— Eu pensava que você estivesse fechado para mim. — Diz Elisa reaparecendo e sorrindo. — Fico feliz de tê-lo deixado ajudá-lo, faz-me lembrar dos tempos em que nós três estávamos explorando esse mundão por aí. 
— Verdade, eram bons tempos e posso dizer com convicção que éramos felizes apesar das dificuldades. — Fala Claude sorrindo ao lembrar dos tempos em que eles estavam juntos. — Mas, eu já lhe disse várias vezes que não tenho nada contra você, muito pelo contrário, eu respeito suas habilidades e até tenho um certo medo do quão rápido avançou desde aquele tempo. A única coisa que não aceito é você  ficar colocando Richard em perigo por conta de objetivos incertos. 
— Mudando de assunto, a magia que usou para conectar a você, foi por conta daquele amuleto, não? — Pergunta Elisa. — Pois não me lembro de saber usar um feitiço desses tão elaborado. 
Foi por conta do amuleto sim, e isso eu ganhei de presente de meu mestre após tê-lo impedido de ser possuído criando uma distorção energética em volta dele. — Diz Claude meio sem graça. — Ele me disse que um dia eu iria precisar dele e que o usasse com sabedoria, pois só poderia ser usado uma vez e por um período limitado e, passado esse período, a energia do usuário consumiria o amuleto. 
— Mas, o que realmente me surpreendeu foi a saída forçada de Fhoreos. — Diz Elisa frustrada. — Estávamos tão perto de conseguir seus amuleto. 
— Não entendo nada do que está acontecendo, mas temo pelos próximos acontecimentos. — Diz Claude receoso. 
— Realmente, está tudo tão estranho, nada faz sentido, mas é provável que os outros cincos estejam agindo para proteger Fhoreos e impedir que aja um desequilíbrio no mundo da magia. — Diz Elisa pensativa. — Mas por mim tudo bem, se eles estiverem juntinhos, será mais fácil para tomar seus artefatos. 
— Concordo com você, aqueles seis nunca se ajudaram em séculos e, em toda a estória que conhecemos, eles estavam sempre se evitando e se falavam apenas quando era realmente necessário, para que tenham salvado Fhoreos, é porque algo estranho está desestabilizado no mundo da magia hoje. — Fala Claude preocupado. — Mas, voltando ao assunto, por que acha que ficará mais fácil com eles juntos? O poder dos seis grandes reunidos está em um nível completamente diferente e você mesma sabe que Fhoreos não usou nem metade do seu poder contra nós. 
— Eu reconheço os poderes deles individualmente, mas juntos, eles não são grandes problemas. E quanto a Fhoreos, eu sei que ele estava com medo de revelar suas verdadeiras habilidades pois achava que poderíamos copiar ou algo do gênero. — Diz Elisa sorrindo ecomo se estivesse escondendo algo. 
— Espero que saiba o que está fazendo e que não coloque Richard em perigo. — Diz Claude após ter ficado um tempinho em silêncio. — Acho que nunca vou me acostumar com esse seu tom de mistério, você é diferente das outras pessoas que são perfeitamente previsíveis, eu e nem ninguém sabemos o que você pensa ou se o que diz é confiável ou não, é como se você controlasse sua presença e só a revelasse quando lhe convém. 
— As pessoas são estúpidas e expõem suas intenções logo de cara, enquanto eu, até que esteja com o máximo de certeza possível, não posso me dar ao luxo de expôr minhas intenções a troco de nada. Quanto mais aberto você for, mais manipulável e menos chances de atingir seus objetivos você tem, então, o que eu faço e que as pessoas também deveriam fazer é me focar no que eu quero e ser fria o bastante para passar por cima de tudo e qualquer sentimento em nome do que eu quero atingir. — Fala Elisa com convicção. — Desculpe parecer dura, mas  não tem como falar isso de outra forma, sei que, diferente dele, você entende como é passar por cima de tudo e todos por algo. 
— Eu sei do que você está querendo dizer e não lhe julgo, apenas peço que não o faça sofrer, pois ele a ama e perderia o chão se você o abandonasse. — Diz Claude olhando Elisa nos olhos. — Por sinal, você os teletransportou para um lugar seguro? Eles estão bem? 
— Estão bem sim, Claude e fico feliz de me compreender. Voltando a eles, não há com o que se preocupar, eles estão em um lugar seguro. — Diz Elisa demonstrando confiança. 
— Bom, sendo assim, acho que é melhor seguirmos nossos caminhos, se cuida. — Diz Claude já virando de costas e indo em direção a saída. — Se o destino nos permitir, nos vemos outra vez. 
— Você também se cuida e cuidado. — Diz Elisa olhando-o se afastar e, quando cruza a porta do templo, desaparece. 
A cena muda para os fundos de uma caverna úmida e com pouca iluminação e Fhoreos caído com um homem com um manto negro diante dele. 
— Fhoreos, sua ato-confiança e seu mau hábito de subestimar seus oponentes, quase comprometeu o equilíbrio que nós devemos manter. Ou você esqueceu de quem somos? Pare de agir como uma criança e ficar brincando com seus inimigos, sabe muito bem que nem uma barata merece piedade só porque morre com um pisão, devemos partir com tudo sem piedade e sem brincadeira. Quando estiver recuperado, volte logo para a floresta, sabe muito bem porque deve voltar pra lá. — Fala o homem sendo bem ríspido com Fhoreos. 
Ao terminar de falar, o homem desparece e Fhoreos fica lá deitado no chão de barriga pra cima. 
— Maldita feiticeira e seus peões, prometo acabar com cada um de vocês quando nos encontrarmos de novo. — Diz Fhoreos ainda deitado, porém apertando os punhos com forças e serrando os dentes. — E se não fosse ficar ruim, de todos eles que poderiam me salvar, tinha que ser logo ele. 
Fhoreos então se levanta e retira o orb do peito e percebe que existe uma pequena rachadura nele e começa a supor que, talvez, Elisa estivesse esperando "vazar" mais da energia do orb para tomar seus poderes para ela. Fhoreos fecha os olhos por um minuto e começa a se curar e, quando termina de fazê-lo, desaparece daquela caverna. 
De volta a floresta, vemos Claude chegando a floresta onde Elisa e Edward encontraram Gerárd pela primeira vez e, ao entrar na área das ruínas, encontra um homem sentado numa pedra, enrolado em uns trapos e com a cabeça baixa. Se via que deveria ter uma certa idade, mas não muita, o suficiente para ter uma longa cabeleira grisalha e umas rugas que se encontrava pelo seu rosto. 
— Mestre? — Pergunta Claude se aproximando do homem. — O que faz em um lugar como este? 
— Jovem Claude, você consegue ver? O destino está se cumprindo e está chegando a hora de você ampliar seu campo de visão. Para isso, você deve voltar ao começo, onde tudo começou, e lá encontrará as respostas que quer e precisa para poder avançar. Garanto que em breve tudo será esclarecido. — Fala o homem com a cabela baixa e sem virar os olhos para Claude. 
— Que lugar? Que começo? — Pergunta Claude confuso. 
Apesar das perguntas, o homem se mantém em silêncio e, subitamente, aponta para um local logo a frente e Claude nota um sabre caído e, sem dizer uma palavra, pois sabia que seu mestre não é muito de dizer as coisas explicitamente, vai em direção a espada, a pega e sai correndo em alguma direção. Enquanto corria, começar a pensar que, talvez, seu mestre esteja dizendo nas entrelinhas que o Cavaleiro Branco será capaz de ajudá-lo a resolver esse mistério e fazer as coisas fazerem sentido com as informações que ele tem. 

segunda-feira, 23 de março de 2015

Laços - Episódio 14

Episódio 14: Algo que você não entende

O homem que acabara de chegar e, aparentemente, salvara Edward e Richard, para e começa a encarar Fhoreos. Inesperadamente, raízes cercam a ele e aos outros dois caído e vão atacá-los. Porém, o homem abre um pouco as pernas, espalma as mãos na altura do peito e uma barreira de terra surge envolta deles e as raízes começam a se enroscar e a espremer a barreira. 
— Richard, meu amigo, não se preocupe, você e seu amigo serão salvos e poderão continuar a missão de vocês. — Fala o homem em um tom confiante. — Apesar de possuirmos algumas divergências, eu e ela queremos o melhor pra você, Richard. 
— E como pretende fazer isso? — Questiona Richard falando com dificuldade. — Não lembro de você ser capaz de mover as coisas, Claude. 
— Espere e verá. — Diz Claude relaxadamente. 
As raízes esmagam a barreira bruscamente e estava indo para esmagar os três, quando um círculo mágico aparece debaixo deles e, rapidamente, Claude pula para evitar as raízes e sair do círculo, enquanto Edward e Richard são teletransportados. 
— Não exija demais de você, Elisa. — Murmura Claude. — Você não está em condições de ficar desperdiçando energia. 
— Não sei o que está cochichando aí, mas terei que exterminar tudo e qualquer pessoa que ajude aquela feiticeira. — Fala Fhoreos evocando dois dragões de pedra e os lançando em direção a Claude. 
Claude se esquiva, mas antes ele cria uma barreira de terra para que os dragões colidam, e assim acontece. Em seguida, Claude começa a contra-atacar lançando espinhos de pedra em direção a Fhoreos, todavia, este expande um campo de força que, quando acerta os espinhos, os mesmos virão areia. 
— Desista, moleque! — Grita Fhoreos a uma certa distância de Claude. — Concordo que você é um pouco mais forte, esperto e cauteloso, quando comparado aos outros dois, mas ainda lhe falta experiência para me vencer. 
— Então, eu conseguirei essa experiência que falta durante essa luta. — Diz Claude tomando um pouco de distância. 
Quando se afasta, mais ou menos, uns cinco passos, Claude, pegando impulso em sua magia de terra, pula para cima de Fhoreos buscando lhe acertar um soco, mas este desvia facilmente dando um pulo para a direita. Mas, Fhoreos é surpreendido quando Claude toca o solo e começam a sair vários braços de pedra que vinham de várias direções para golpeá-lo e este se abriga em um casulo de raízes criado por ele próprio que é destruído facilmente pelos braços, entretanto, quando os braços terminam de destruir o casulo, o mesmo se revela estar vazio. Nesse momento, Claude começa a procurar Fhoreos com os olhos, sem acreditar que ele poderia ter sumido de uma hora para outra. Claude começa a ficar tenso e após um breve período, nota o interior do templo se tornando um grande jardim e, em seus fundos, uma grande e bela árvore se desenvolvia rapidamente. Quando a árvore completa seu desenvolvimento, Claude começa a sentir seu corpo  formigar e a sentir efeitos de paralisia e percebe que as flores embaixo dele estavam lhe lançando esporos paralisante. Seu desespero aumenta quando percebe embaixo de ti um círculo mágico se formando que tinha um raio do tamanho do corpo do próprio Claude. Após terminado o círculo, este explode cobrindo o corpo de Claude de feridas, transformando o manto dele em trapos e sua máscara acaba sendo tirada de seu rosto pela explosão.  Conforme a fumaça ia passando, um homem de cabelos negros e uma cicatriz do lado direito estava tentando se apoiar nas mãos para se levantar, com dificuldade, e se via que ele forçava o olho direito para enxergar. Ele também cuspia muito sangue e parecia estar se esforçando para manter a consciência. 
— Essa cicatriz é o resultado de meter o nariz onde é chamado. — Debocha Fhoreos saindo da grande árvore ao fundo. — Pelo menos, você aprendeu a lutar. 
Claude se mantém em silêncio e começa a procurar algo com os olhos, ainda deitado e apoiado pelos mãos, mas a cicatriz começa a doer e um golpe pela lateral o faz bater em uma das pilastras laterais. 
— Ficou mudo? — Indaga Fhoreos. — Sabe garoto, não entendo como pode estar ajudando esse tipo de gente, sabendo que pode ser um grande mago. 
— Não entende porque não vive minha vida, estava no meu destino encontrar esses pessoas e criar laços com elas. — Diz Claude se levantando com dificuldade apoiando na pilastra. — Na tribo onde eu e Richard nascemos, o destino é o que há de mais importante e devemos acreditar e sermos gratos a tudo que nos é posto em nosso caminho, sendo bom ou mau, pois eles nos dá apenas o que merecemos e as coisas ruins são lições que não aprendemos por bem. E qualquer um que fosse contra ele, seria severamente punido e a punição seria escolhida pelos mais velhos da vila. Diferente do Richard e da Elisa que querem mudar o próprio destino, você, assim como os outros cinco, cometeram o que há de mais grave para minha tribo: vocês adiando sua morte e não deixando que sua vida siga o caminho do descanso eterno ou punição eterna que é natural para o ser humano. 
— Você está se mostrando cada vez mais fraco quando não tenta realizar seus desejos e nem supera a si mesmo porque o destino não deixa. — Diz Fhoreos olhando Claude com uma cara de decepção. — E quanto a minha "imortalidade", ela é necessária até que eu cumpra meu objetivo. 
Fhoreos estende os braços com as palmas para o chão e começa a se erguer uma lança que, quando está totalmente fora do chão, ele a segura e a atira em direção a Claude e este se joga e a lança fica cravada na pilastra que estava apoiado. 
— Por que você continua a lutar por eles? Por que está aqui? Você não tem motivos nenhum para estar aqui e morrerá por pessoas que não merecem metade do esforço que está fazendo. — Questiona Fhoreos como se Claude estivesse em seus últimos momentos. 
Claude, nesse momento, fica em silêncio e começa a lembra do passado e que quase sempre estava a discutir com Elisa, onde, quase sempre o motivo era porque cada um tinha uma ideia diferente do que era o melhor para Richard. Enquanto Claude dizia que era melhor não criar muitas expectativas e procurar realizar apenas as coisas que estivessem ao seu alcance sem idealizar demais para não se ferir com o excesso de expectativas, Elisa sempre o incentivava a sonhar e a correr atrás dos seus sonhos não importasse o que, mesmo que isso significasse ter que aguentar a culpa de não ter sido capaz de realizá-los, ou por fraqueza ou por algum infortúnio. Apesar que, no fim, ambos só queria o melhor para ele. 
— Por que eu luto? Por que estou aqui? Precisar de motivos? — Fala Claude sorrindo e se levantando com dificuldade mais uma vez. — Quando se quer proteger as pessoas importantes pra você, você não precisa de motivos ou razões, apenas está lá para ajudá-los e dar seu melhor, afinal tudo que você quer é poder sair dali e poder ver seus sorrisos mais uma vez e desfrutar de sua companhia. Mas duvido que alguém como você entenda algo sobre laços, quem dirá sentir algo por alguém. 
— Como se palavras bonitas e essa história de laços fizesse alguém mais forte e tornasse os objetivos realidade. — Ridiculariza Fhoreos, porém com os olhos como se tivesse lembrado de algo. — A única coisa que interessa para aqueles que buscam algo, é o poder e nada mais. Quaisquer caminhos para acumular poder é válido e justificável. Talvez, se fosse menos ingênuo e não pensasse assim, pudesse me derrotar. 
Quando termina de falar, Fhoreos fica com raiva por Claude tê-lo feito de algo que não queria e o incomodava e o ataca evocando um Gor para lhe esmagar, antes que pudesse ser esmagado, Claude retira um amuleto do bolso, apertá-o nas mãos e uma parede de terra surge e bloqueia os ataques, porém as garras do Gor ficam cravadas na parede. 
— Tenho que admitir que você é duro na queda e não para de me surpreender. Também lhe parabenizo por ter me tirado do sério. — Diz Fhoreos decidido a matar Claude. — E não pense que não vi o que acabou de fazer escondido de mim dentro dessa barreira, não há mais como escapar, sua morte acontecerá aqui e agora. 
Fhoreos mexe dois dedos e o |Gor esmaga a barreira e Claude e, em seguida, Fhoreos explode o Gor. Todavia, quando a fumaça se dissipa, não se veem restos. Fhoreos fica surpreso e seus membros inferiores começam a petrificar. 

sexta-feira, 13 de março de 2015

Laços - Episódio 16

Episódio 16: Declaração de Guerra

Após o término da luta da floresta de Fhoreos, voltamos nossa atenção aos três que estavam indo em direção a Cardeos para receberem tratamento médico. Assim que lá chegaram, foram mandados para salas de tratamento individuais para que cada caso fosse examinado cuidadosamente. Transcorrido algum tempo, foram enviados para um quarto para repousaram e terminarem sua recuperação. Podemos estipular que passaram-se umas quatro horas desde a chegada deles a Cardeos e o encaminhamento deles para o quarto. Assim, nesse momento, vemos Gérard sentado com os pés para fora da cama e Cyrus se ajeitando na cama, com um pouco de dificuldade, com um olhar pensativo.
— Está melhor, jovem? — Pergunta Gérard virando sua atenção a Cyrus.
— Mais ou menos, senhor, ainda estou um pouco tonto. — Diz Cyrus piscando um pouco para dispersar o cansaço. — Desculpe-me, mas eu suponho que você deva ser o pai da Sophia, certo? Meu nome é Cyrus e o seu qual é?
— Perdoe minha indelicadeza, meu nome é Gérard, jovem Cyrus. E sim, sou o pai da Sophia. — Fala Gérard sem graça achando que cometeste tamanha grosseria. — Parece indelicado perguntar, mas o.que exatamente fez o jovem ir até Fhoreos?
— Eu fui, inicialmente, incumbido de realizar uma missão pelo meu senhor e minha vila, mas depois, eu decidi ir para lá, não mais pela missão, e sim para ajudar a um amigo que, felizmente, não precisou de minha ajuda. — Fala Cyrus e se via a frustração em seus olhos como se o fato de não ter servido de ajuda para seu amigo o deixasse incomodado. — Só estou te contando isso desta forma, porque falhei miseravelmente na missão que foi dada e naquilo que me propus a fazer pelo bem de alguém importante para mim. E se isso não bastasse...
Cyrus se interrompe, porém Gérard percebe que ele estava para dizer algo que deveria estar lhe machucando e preocupando muito.
— Desculpe intrometer-me dessa forma, mas acredito que seu senhor vai entender o motivo de ter falhado na missão, pois você estava enfrentando alguém com um nível muito superior ao seu e que poderia tê-lo matado, você teve sorte de ter saído de lá com vida. — Diz Gérard tentando consolar Cyrus. — E outra, acredito que esteja falando do senhor Lewis, pois ele foste a única que pessoa que entrou naquela floresta no mesmo período que você, não estou estou certo?
— Então você conhece o jovem Edward. — Diz Cyrus um pouco surpreso. — Se o encontrou, então foi antes de chegar nas ruínas onde onde o encontramos, não foi?
— Bom, não o encontrei exatamente antes e demoraria um pouco para explicar-lhe. — Fala Gérard meio sem jeito. — Só posso dizer que ele está trabalhando para a feiticeira.
— Está tudo uma loucura, a única coisa que posso afirmar é que ele está sendo manipulado pela feiticeira e eu tenho que continuar seu controle sobre ele de alguma forma, todavia antes de resolver isso, eu tenho que voltar o mais rápido possível para minha vila, pois meu senhor está doente e preciso estar ao lado dele caso o pior venha acontecer. — Fala Cyrus com o rosto preocupado.
— Melhor eu me manter calado, pois começaria a entupir sua mente com muitas informações e você acabaria não entendendo nada. — Diz Gérard tentando conter a ansiedade de Cyrus e diminuir suas preocupações. — Mas, existe uma pergunta que eu gostaria de fazer, quem seria esse senhor que lhe dá tanta preocupação?
— Eu entendo que não quer me deixar preocupado e, em situações normais, eu gostaria que me explicasse tudo, mas, mais importante que entender isso tudo, é voltar a minha vila e saber como está meu senhor. — Diz Cyrus tentando parecer tranquilo ao que aconteceu, e ainda acontece, e dando prioridade ao que julga importante no momento. — E, respondendo sua pergunta, meu senhor se chama Yolvan Warren, um ex-general da capital e agora comanda seu pequeno exército e tem seus próprios objetivos que, mesmo seus grandes guerreiros, não entendem ao certo o porquê ele estava fazendo tudo isso, embora, para mim, ele, mais que um líder, é alguém importante que me criou após a morte do meu pai.
Após Cyrus mencionar o nome Warren, Gérard fica surpreso e entende a tristeza que Cyrus foi acometido após saber que o homem que o criou corre grande risco.
— Sabe, Cyrus, Warren também foi um homem importante para mim também e, se não fosse ele, eu nunca teria amadurecido e talvez estivesse morto hoje. — Diz Gérard se sentindo orgulhoso e ao mesmo tempo pesaroso ao que o futuro tem reservado ao velho Warren. — Mas, mudando de assunto, eu tenho que lhe advertir que seu envolvimento com a floresta de Fhoreos acaba de colocar sua vida em risco, pois, aos olhos dos grandes, você é um aliado da feiticeira e deve ser eliminado.
— Mas, eu não sei quase nada do que está acontecendo! Que ameaça eu poderia oferecer? — Indaga Cyrus. — E outra, eu não ajudei a feiticeira, eu estava lá para ajudar Edward.
— Bom, sabendo que o senhor Lewis é um aliado da feiticeira, eles acham que você também e, para eles, isso é mais que suficiente para considerá-lo uma ameaça em potencial e o matarem quando tiverem a oportunidade. — Diz Gérard meio sem jeito. — O fato é que, a partir de agora, você terá que escolher um lado.
— Como assim!? Que lado? O que está falando Gérard? — Questiona Cyrus sobre o que está acontecendo elevando um pouco a voz.
— Fale mais baixo, jovem, Sophia irá acordar. — Gérard tentando desconversar. — Vá descansar, você precisa estar bem quando chegar a hora de ter uma volta tranquila a sua vila.
Antes que Cyrus pudesse questioná-lo, Gérard se levanta e vai até a varanda e fica olhando a estrelas, enquanto Cyrus fica sentado um tempo na cama, até que, depois de um tempo, se deita, pois estava se sentindo imponente por não saber o que estava acontecendo e que pode morrer numa briga que nem é dele.
Enquanto isso, a cena muda para uma sala de reuniões luxuosa, onde vemos um homem sentado sobre uma mesa com os cotovelos apoiados sobre a mesa e os dedos os dedos entrelaçados. O mesmo vestia um sobretudo azul e um emblema no bolso esquerdo. Ele também tinha pele clara, cabelos negros e olhos verdes. Ao seu lado, um homem alto vestindo uma armadura cor de bronze e uma espada de duas mãos, estilo claymore, nas costas.
— Meu senhor, acabo de receber informações que algumas vilas do norte estão se movimentando e aumentando seu poderio militar, segundo informantes, eles parecem estar insatisfeitos conosco. — Diz o guerreiro de armadura.
— Que irônico, não? Estamos sendo ameaçados por aqueles que outrora nos colocaram aqui. — Diz o homem com um sorriso irônico. — Mas ainda não há com que se preocupar, pois eles devem estar cautelosos pois sabem que não podem nos atacar sem pensar e, se estiverem sob o controle daquele homem, eles demorarão muito para nos atacar pois sabe o que temos em nossa posse.
— Certamente, senhor, além do mais, ainda temos eles do nosso lado, mesmo alguns divergindo em alguns pontos. — Diz o cavaleiro confiante. — Só fico um tanto perturbado com a feiticeira rebelde ainda não ter agido, sinto que algo grande estar por vir da parte dela.
— Pode até ser, meu caro, mas duvido que ela e o namoradinho dela posam fazer muito. — Ridiculariza o homem sentado. — Entretanto, vamos esperar que façam o primeiro movimento, afinal eles tem o elemento surpresa a favor deles e eu não quero lhe dá o gosto de nos ver pisando em ovos.
— Decerto, senhor. — Concorda o cavaleiro.
Após o cavaleiro falar, um silêncio toma o local.

quarta-feira, 11 de março de 2015

Laços - Episódio 13

Episódio 13: O Cavaleiro e o Mago 

Enquanto Edward não chega, Richard começa a lembrar de quando era mais novo e da sua primeira aventura, mais precisamente, em sua lembrança, ele estava com Elisa, um pouco mais jovem, e um jovem alto, branco, cabelos negros e um robe amarelado. 
— Vocês são muitos sonhadores, eu compreendo que Richard pense assim, mas não entendo como alguém que teve, e tem, tudo como você, Elisa, pode estar insatisfeita. — Indaga o amigo de Richard e Elisa.
— Você e esse seu pensamento sobre as pessoas e seus destinos, como se alguém só porque nasceu nobre ou com certa condição, não pudesse estar engajada em uma causa pelos mais pobres. Não aceito que você fique aí apontando o dedo para Elisa, como se ela fosse a qualquer momento nos atraiçoar. — Questiona Richard.
— E você sempre, ingenuamente, acreditando em cada palavra dela, como se ela fosse como nós e entendesse nosso sofrimento e pudesse entender nossos problemas e solucioná-los. — Fala o jovem amigos deles. — Ela não é como nós e se passasse por metade daquilo que nós passamos, entenderia que a vida não é um conto de fadas e que não existe mágica que faça pessoas como nós esquecermos todo o sofrimento que passamos ou vimos. 
— Me perdoe, Richard, por achar que você pudesse me ajudar a tornar realidade o mundo que eu idealizo e me desculpe, Claude, por ferir seus sentimentos passando por cima das suas dores como se minhas vontades fossem mais importantes que tudo e me perdoe por eu ainda o fazer brigar com seu melhor amigo. — Diz Elisa cabisbaixa. 
— Não se desculpe, Elisa, esse anti-sonhador que só sabe ver o lado ruim da vida, jamais entenderá pessoas que podem transformar o mundo como nós. — Diz Richard abraçando Elisa. — Ali, conseguem ver? Depois que superarmos aquela caverna dita como destruidora de sonhos e impossível de ser conquistada, começaremos nossa fama e o primeiro passo para transformar nosso sonho em realidade. 
— Não sei se chamo isso de ingenuidade ou burrice. Chega a ser questionável meu papel aqui perante vocês. — Diz Claude rindo e caminhando na frente. — Mas lembrei que minha presença aqui é de fundamental importância para que não se metam em confusão. 
Quando retorna para o momento presente, Richard começa a sentir as raízes o apertando e começa a cuspir sangue.
— E pensar que depois que tudo que passamos, nós íamos nos separar, né, Claude? Você começou a acusar Elisa de estar me manipulando para realizar seus propósitos egoístas e começou a querer nos atrapalhar. Se estivesse aqui agora, eu tenho certeza que lidar com esse velho não seria problema. — Diz Richard sussurrando. — Mas você não está e eu não sei como virar o jogo a meu favor. 
— Não sei o que estava cochichando aí, mas percebo que aquele moleque abusado e boca suja que ficava falando que ia fazer e acontecer, percebeu que não tem chances contra mim. —  Diz Fhoreos debochando. — E eu pensando que o Cavaleiro Negro seria algum desafio. 
— Pode rir e debochar o quanto quiser. — Diz Richard tossindo e com dificuldade. — Tenho certeza que, no final, serei que estarei vivo e rindo sobre seu corpo, velho. 
— Como pode alguém no seu estado falar tanto? — Questiona Fhoreos como quem está entediado. — Eu tinha a esperança que você fosse me falar seus planos com a feiticeira em troca de eu deixá-lo sair com vida, mas pelo visto, você está tão cego por ela que sequer cogitou essa possibilidade. Então, eu decidi por matá-lo logo e tentar descobrir seus planos por outros caminhos. 
Após Fhoreos terminar de falar, uma rajada de fogo vem em sua direção e este esquiva por pouco e, ao mesmo tempo, a rajada se divide em duas direção distintas: para cima de Fhoreos e para acertar as raízes prendendo Richard. Fhoreos abafa a rajada em sua direção evocando duas paredes de terra e imprensando-as contra as chamas. Enquanto, Richard é solto, porém é levemente queimado. Tanto Fhoreos, quanto Richard, notam Edward pulando usando a propulsão das chamas e parando ao lado do Richard. 
— Desculpe a demora, mas eu precisei de um pouco mais de tempo para aprender a usar o amuleto e para aprender a situação. — Diz Edward um pouco ofegante. — Eu ainda pedi que a Elisa abrisse a porta para que eu não perdesse energia e tempo abrindo-a, mas não se preocupe, ela está segura. 
— Além de demorar, você me queima, só não te dou uma lição porque dependo de você, moleque. — Diz Richard se levantando meio cambaleante. — Pude perceber que já está usando seu amuleto muito bem, então, acho que justifica a demora. 
— Isso é verdade, eu conseguirei lhe dar um bom suporte para vencermos logo. — Diz Edward dando um sorriso meio confiante. 
— Então, você decidiu ajudá-la. certo, garoto? — Afirma Fhoreos. — Então, lhe darei o mesmo destino que esses dois terão. 
— Richard, meu plano é o mais simples possível, eu vou distraí-lo e você o atacará com seu golpe forte, pegando-o desprevenido. — Diz Edward. — Procure ser o mais preciso para garantir que o matará em um único golpe. 
— Entendi, moleque, você está considerando sua falta de experiência e querendo impedir que a luta se prolongue muito. — Diz Richard entendendo o que Edward deseja. — Se você fizer bem sua parte, eu garanto que farei bem a minha. 
Edward assente com a cabeça e, sacudindo a espada que possuía um círculo mágico em sua base da lâmina, aparentemente feito em sangue, começa a controlar e a criar mais chamas para atacar Fhoreos com labaredas que serpenteavam em direção ao mesmo. Que por sua vez, foi indo em direção aos fundos do templo se esquivando das chamas e se protegendo com paredes de terra. Edward então, visando diminuir o tempo de reação de Fhoreos, levanta a espada e abaixa-a, lançando sobre Fhoreos uma chuva de bolas de fogo, onde este cria uma barreira de terra sobre ele e bloqueia o ataque de Edward. Entretanto, quando Edward ia mandar uma terceira sequência de ataques, Fhoreos começa a atacá-los com raízes que vinham pela terra e Edward só conseguia esquivar se mantendo no ar graças as chamas que criava com a espada e usava como propulsão, quando percebe, Edward se encontra ao lado de Richard e eles se veem cercados por quatro Gor vindo para esmagá-los. Richard  usa a luva para se lançar para a pilastra mais próxima para ficar "escondido" esperando sua hora de agir. Enquanto Edward, pula por cima de um Gor e consegue observar quando estes se chocam, nesse momento, pula sobre eles e os queima usando as chamas para acertá-los e, quando cai, ele começa  a queimar as raízes "escondidas" de Fhoreos e cria um círculo de fogo em volta dele mesmo e Fhoreos. 
— Isso tudo acaba agora! — Diz Edward com os dedos da mão direita cruzados e escondendo-os de Fhoreos. 
Ele crava a espada no chão e reúne todas as chamas que usou para criar o círculo em cima de Fhoreos que, bloqueia com uma barreira de terra. Edward dá um sorriso em meio a fumaça e as chamas e cai de joelhos. E Fhoreos é surpreendido com Richard destruindo a barreira e o cortando ao meio em um único corte e parando a uma certa distância, Fhoreos percebeu que Richard deve ter vindo correndo para aumentar seu poder destrutivo. 
— Bom, e pensar que um plano simplório deste fosse pegar um mago como Fhoreos, que babaca.  — Diz Richard cansado e ofegante caindo de joelhos. — Agora, só nos resta extrair a orb de Fhoreos e irmos embora. 
— Então termine essa tarefa, meu caro, porque acho que não conseguirei me mexer por um bom tempo. — Diz Edward caindo de bruços. 
— E eu pensando que conseguiríamos derrotá-lo e ainda estarmos em condições de pegar o orb e sair desse lugar. — fala Richard com a respiração pesada e largando a espada. 
Quando Richard termina de falar, este percebe que Edward estava desacordado e um pouco distante dele. E que talvez, nem conseguissem tirar o orb de Fhoreos pela situação que ambos se encontravam. Então, se ele pensava que a situação não poderia piorar, o templo, que recebera incontáveis danos pelos ataques de fogo de Edward, começava a se reconstruir e a única coisa que Richard podia fazer era observar e esperar por um milagre. 
— Não acredito que morrerei dessa forma, completamente indefeso. Me desculpe, Elisa, eu acho que terminará seus planos sem mim. — Diz Richard fechando os olhos. — O engraçado é que nunca consegui dizer a você a verdade, que patético eu sou. 
Quando Richard está para ser engolido por uma boca de terra que se formara embaixo dele, algo o tira do perigo e ele se vê caído ao lado do desacordado Edward e atrás de um homem alto com um manto mostarda. 
— Não pode ser, é realmente você? — Diz Richard se esforçando para manter a consciência.
— Nunca pensei que fosse viver o bastante para vê-lo dizer últimas palavras tão patéticas. — Diz o homem. — E pensar que  o todo esperançoso e que sempre estava otimista era você. Vocês tem muito a me explicar, mas antes temos que sair daqui. 
— Como se eu fosse deixá-los sair assim. — Diz Fhoreos se levantando com os membros inferiores formados por madeira. 

sexta-feira, 6 de março de 2015

Laços - Episódio 12

Episódio 12: A decisão de Edward 

Após serem teletransportados para a entrada da floresta, Cyrus, Sophia e Gerárd, onde este último encontrava-se desacordado e carregado pelos outros dois, começam a sair da floresta. 
— Bom, se não se importam, eu proponho que vão para algum lugar onde possam se recuperar e descansar e eu sugiro a vila de Cardeos que fica aqui perto. — Diz Cyrus andando em um ritmo mais lento e com a respiração mais pesada. — Hmph... Acho que o efeito daquele chá, que me foi dado pelo velho Makal, está diminuindo. Melhor nos apressarmos ou não durarei muito. 
— A vila famosa por seus curadeiros e médicos que desenvolveram suas técnicas de cura se abstendo de conhecimentos mágicos. Eu aceito e acredito que seja o lugar mais confiável para que nos tratemos. — Diz Sophia. — E também, ninguém aqui pode ficar escolhendo se quer ou não ir pra lá. Mudando de assunto, o que acha que vai acontecer aqueles quatro? 
— Não faço ideia, mas ainda não entendi essa pessoa a mais que você e o velho chamado Fhoreos dizem ver. — Diz Cyrus meio perdido no assunto. — Só espero que o jovem Edward não fique com grandes problemas. 
— Eu explicaria, mas não acho que aqui seja a hora e o local, afinal isso deve ser feito bem e com a mente relaxada. — Diz Sophia apertando um pouco o passo para chegar logo a vila. — Você espera até que nos recuperemos? 
— Eu espero e será bom que me explique tudo o que está acontecendo. — Diz Cyrus transparecendo ansiedade. — Antes, tudo fazia sentido pra mim e mesmo que houvessem conflitos e problemas sociais, eu conseguia entender esses problemas e, mesmo alguns complicados, poderíamos criar soluções para eles, isso tudo que estou presenciando não faz sentido nenhum  e é tudo tão absurdo que não consigo entender. Mas, não vamos falar muito e sei que ficou com vontade de começar a me explicar. Guarde suas explicações para quando nos recuperarmos, pois agora temos que ter fôlego para chegar até a vila. 
Quando Cyrus terminou de falar, eles começaram a caminhar em silêncio para que possam chegar até a vila e possam se recuperar. 
Enquanto isso, no templo, encontramos Edward e Elisa parados de frente para o homem moreno e Fhoreos. Imersos em um profundo silência que se formará após a pergunta de Fhoreos e a sufocante tensão que se criara pelos olhares de Elisa e Fhoreos. 
— O que está havendo aqui? Quem são vocês? — Pergunta subitamente Edward, após recobrar a consciência, olhando para o homem moreno e Fhoreos. — E onde estão meu colar e minha espada?Eu lembro de estar com eles. 
Fhoreos dá um sorriso e estende as mãos em direção a Edward e um casulo formado por raízes se abre e revela os pertences de Edward. 
— Pode pegar, meu jovem. — Diz Fhoreos calmamente. — Eu suponho que esses são seus pertences, não? 
— São eles mesmos e muito obrigado, embora isso não esclareça o que está acontecendo aqui. — Agradece Edward colocando o colar no pescoço e segurando a espada com uma das mãos, no caso, a mão esquerda. 
Repentinamente, o homem moreno coloca sua mão direita, com uma luva e um círculo mágico nela, sobre o ombro de Fhoreos e o lança para trás dele, no caso, os fundos do templo. 
— Perdoe minha grosseria e falta de educação, Elisa, mas não temos muito tempo para conversa. Se esconda e leve esse garoto contigo. — Diz o homem moreno meio apressado. — Ele tem quinze minutos para entender a situação e voltar para me ajudar. Nós sabemos que Fhoreos está longe de ser o velho fraco e inofensivo que aparenta. 
— Certo, meu bem. — Diz Elisa puxando Edward e fechando, magicamente, a porta do templo. Deixando o homem moreno re Fhoreos sozinhos lá dentro. — Acho que você quer que eu lhe explique algumas coisas, certo? 
— Quero sim, está tudo uma confusão aqui na minha cabeça e eu não faço ideia de como vim parar aqui, Elisa. E como você está usando magia? Você não disse que só poderia usar se fosse com minha energia? — Diz Edward confuso sobre o que acontece. — E quem é aquele homem? Vocês parecem tão íntimos e é como se já tivessem planejado vir aqui a tempos. Eu reconheço que não conheço muita coisa desse mundo, mas me esforço para aprender sobre ele e estou dando meu melhor para te ajudar, quer dizer, vou ser honesto contigo, Elisa, eu não tenho muitas esperanças sobre te ajudar, pois não acho possível trazer os mortos de volto ou trazer alguém de um estado de quase morte. Possibilidades como esta me trazem dúvidas e me desviam daquilo que é realmente importante e, no momento, a prioridade é dar um jeito de criar, proteger e ensinar magia a seus filhos, pois existem pessoas que os querem mortos pelo simples fato deles serem diferentes e eu acho isso um absurdo. E se no meio do caminho eu for capaz de te ajudar a voltar, eu ficarei feliz por você e por eles, mas a princípio, meu objetivo é ajudar na criação deles. Me desculpe por dizer isso dessa forma, mas eu não posso te priorizar quando existem aqueles com necessidades maiores precisando de mim. 
— Relaxa, Edward, eu te entendo e desde o princípio eu sabia que você tinha como prioridade a criação dos meus filhos e por isso, eu tenho tentado te proteger com minha pouca magia. Sei o quanto você não estava confiante se poderia me salvar, já que conhece magia a tão pouco tempo. E eu não estou triste ou rancorosa por não me colocar como prioridade, muito pelo contrário, eu o admiro por se colocar em risco por aqueles que estão em necessidade, mesmo que saiba muito pouco sobre o que está ocorrendo. — Diz Elisa como se compreendesse perfeitamente as atitudes e pensamentos de Edward. — Entretanto, não podemos perder muito tempo aqui e preciso lhe ensinar como usar seu amuleto de forma mais efetiva. Primeiramente, você precisa se concentrar no seu amuleto e na sua energia e focar sua energia nele. Tente juntar a energia que for usar em um único ponto e concentre-o ali. Feito isso, você deve escolher o feitiço que for usar e, com a energia que estiver se dispersando, desenhe o símbolo (círculo) mágico em algum lugar, por exemplo o ar, e lançará o feitiço com um efeito muito mais potente e sem gastar muita energia. Fácil, não? É tudo uma questão de concentração e fazer o desenho corretamente e pronto. Bom, o homem lá dentro se chama Richard Garrel, ele é um amigo de infância e, assim como você, ele também sabe usar alguns feitiços que eu lhe ensinei, embora ele não precisa ficar ficar desenhando os símbolos toda hora, visto que, a luva tem o desenho para agilizar o processo e ele pode usar magias de apenas um tipo com aquele símbolo. Ele não possí tanta preocupação com magia, porque sua especialidade são combates corpo a corpo e, mais especificamente, técnicas com espadas. Se tem medo dele, pode ficar tranquilo porque ele é leal e confiável, então pode confiar nele. 
Quando terminou de falar, Elisa deu uma pausa pensando que Edward fosse lhe perguntar algo, mas este ficaste quieto e olhando para o alto enquanto observara os raios de luz entrando na florestas por entre as folhas. E, inesperadamente, desceu as escadas do templo e fui em direção a uma fonte com a estátua de uma mulher virada em direção ao templo e para diante dela. 
— Elisa, eu não faço ideia do que dizer e tão pouco o que farei daqui a pra frente. Também não sei dizer se é certo ou não ajudar o tal Richard, mas eu não consigo parar de pensar que se eu não sair daqui com vida, eu não conseguirei fazer nada pelos gêmeos, então, mesmo que seja errado ajudá-lo, em nome do que meu objetivo e daquilo que acho certo, eu tenho que fazer o possível para sair daqui com vida. Eu sempre achei que sendo realista e prático, eu não ficaria caminhando entre os "se" sem fazer nada e, no fim, acabei aqui nessas indecisões que tanto temi. Bom, eu aprendi e percebi que não posso ter medo do desconhecido e, por mais confuso  que pareça isso tudo, se eu não superar esse medo, eu nunca avançarei em nenhuma das minhas metas. — Diz Edward em um tom calmo, porém apreensivo. — Mudando para o momento atual, você me disse que eu poderia confiar nele, mas algum de vocês pensou em como derrotar o tal Fhoreos? Pelo que me contou, Fhoreos é um mago de umas centenas de anos, como esperão derrotá-lo sem um plano e um planejamento decente? Além do mais, se eu for lá sem pensar, como propôs seu "querido", morreremos os dois e seus objetivos e os meus irão por água abaixo. Se analisarmos friamente, alguém com a idade e a experiência de Fhoreos, não será surpreendido por qualquer coisa e nem temos uma carta na manga para poder tentar surpreendê-lo de alguma forma. Tudo o que não precisamos fazer é é ir e agirmos sem pensar. O velho Warren que me criou já foi um soldado quando mais novo e me dizia sempre que, mais que nos focarmos naquilo que sabemos é ser capaz de analisar os arredores e tentar usar o terreno e até o próprio oponente a seu favor. Alguns chamam de covardia, mas, segundo ele, aqueles que já entraram no corredor da morte, cham de sobreviver. E é isso que precisamos fazer. Vamos pensar então, você me disse que que o tal Richard possui naquela luva um círculo que o permite usar um tipo específico de magia, mas que seu forte é o combate corpo-a-corpo, então o que precisamos? 
— Não sei, alguém que dê suporte a ele para desferir um ataque poderoso em Fhoreos que, no fundo, é apenas um mago com uma defesa razoavelmente baixa? — Pergunta Elisa achando que dera a solução. 
— Exato! Precisamos então de um mago que seja capaz de, mesmo que simples, usar magia que anulem as magias de Fhoreos, até que Richard possa pegá-lo desprevenido. — Diz Edward confiante. — Então, se o que precisamos é um usuário de magia e você está nessas condições, então quem irá entrar como um, lá? Exato, eu. Eu serei o suporte do Richard e sairemos vivos daqui. E bom, teremos que vencê-lo em um único ataque, pois se aluta se prolongar, será nosso fim, afinal, não estamos lidando com nenhum iniciante. 
Enquanto isso, no templo, voltando uns minutos. 
— Acha memso que pode me vencer, Richard? — Diz Fhoreos com um ar debochado. — Sem sua feiticeira você não é nada! 
— Até parece que não posso dar conta de um velho como você! — Diz Richard com uma expressão raivosa. — Prepare-se que quando o garoto chegar, talvez você nem esteja vivo. 
Nesse momento, Richard corre em direção a Fhoreos, lançando da luva com o círculo mágico projéteis de energia que, infelizmente, são bloqueados pela barreira evocada por Fhoreos. 
— O que foi agora? Não consegue transpor minha barreira com ataques insignificantes? — Diz Fhoreos como se estivesse no controle da batalha. — Sem sua feiticeira, você não passa de um cãozinho que só sabe ficar mostrando as presas, mas não morde ninguém. Desista, Cavaleiro Negro. 
— Cala a boca, seu velho imundo! — Diz Richard já sem paciência. — Eu tô cansado de pessoas como você que ficam me diminuindo, como se eu fosse alguém incompetente só por não saber usar magia e, mesmo agora sabendo usar alguma coisa, vocês ainda debocham de mim. 
Após terminar de falar, Richard puxa um broche do bolso e coloca entre as palmas das mãos na altura do peito e começa a murmurar umas palavras, aparentemente, sem sentido. 

"Ao cair da noite, a lua aparece e ilumina o céu,
as presas da criatura se manifestam, 
sua humanidade desprezada 
e seu sangue amaldiçoado.
Rogo a ti por força e proteção, 
Demônio de Rakhshar

Quando terminou de falar, Richard, que tinha um círculo mágico que se completara ao terminar de falar, puxa do centro do círculo uma cimitarra com a lâmina negra e com o mesmo círculo que ele desenhou no chão na base da lâmina. 
— Prepare-se velho! Seu fim está próximo. — Diz Richard com um sorriso confiante no rosto. 
Com a espada em mãos, Richard corre em direção a Fhoreose começa a golpear a barreira e, um segundo ataque, a mesma se quebra. e, em seguida, pula e começa e a desferir ataques em direção a Fhoreos que são aparados por estalagmites que ele ia evocando para bloqueá-lo. Parecia que Fhoreos estava encurralado e este evoca dois braços de terra para prender Richard que  esquiva facilmente pulando para trás e lançando uma lâmina de enrgia pela espadas para destruir o braço de terra e neste momento, Fhoreos o envolve em raízes e deixa apenas seu rosto de fora. 
— Como eu disse, você não pode me vencer. — Diz Fhoreos sorrindo. — Não sei porque você insiste em lutar sabendo que não tem nenhum chance contra mim. 
— Você engolirá cada palavra quando eu cortar sua cabeça, sua múmia paralítica. — Diz Richard debochando. 
Ao mesmo tempo, no lado de fora. 
— Então quer dizer que você se transformará no mago que dará suporte ao Richard, certo? — Pergunta Elisa. — Mas, como pretende fazer bem seu papel se só lhe ensinei uma magia? 
— Bom, Elisa, assim como Richard pode usar variações de um tipo de magia, eu farei o mesmo. Afinal, se pode criar e manipular fogo, logo tendo criação e manipulação, as possibilidades são infinitas. — Diz Edward confiante e sem jeito. — Embora, não faça ideia nenhuma se na prática funcionará. 
— Se você garante que na teoria funcionará, então vou acreditar na sua teoria. — Diz Elisa meio preocupada. — Mas é melhor ir logo, pois seu tempo acabou faz tempo. 

domingo, 1 de março de 2015

Laços - Episódio 11

Episódio 11: A Princesa e o Cavaleiro 

Enquanto isso, nas ruínas, Elisa e Gerárd parecem estar sentindo algo estranho e Elisa aparenta estar apreensiva, como se estivesse, ao mesmo tempo, com medo do que pode acontecer e otimista para que seus planos deem certo.
— Me desculpe, senhorita Sorcier, mas percebo que estas bastante apreensiva e que, apesar de se esforçar para esconder tais emoções, elas transparecem pelo seu rosto. — Diz Gerárd tentando saber o que a aflige. — Existe algo que está escondendo que poderia se beneficiar sozinha de alguma forma?
— Não estou escondendo nada, todo esse nervosismo é porque anseio pelo retorno de Edward, pois, como já sabe, ele está me ajudando a recuperar meu corpo. — Tenta desconversar Elisa.
— Estranho, não me pareceu que estivesse tão preocupada com o senhor Lewis, afinal não demonstraste nenhum interesse em trazê-lo de volta quando viste a linha que vos unia e, ao contrário disto, estava apenas preocupado com a linha que a ligava a sei lá o que. — Questiona Gerárd a respeito das preocupações de Elisa. 
— E você deveria parar de me julgar e me interrogar como se soubesse de tudo ou esqueceu que sou eu e meu amigo que estamos lhe ajudando a recuperar seu corpo? Se continuar me entupindo de perguntas e me enchendo de perguntas sem sentido, eu duvido que o Ed continuará a te prestar assistência. — Fala Elisa confiante de que tem a situação sobre controle. 
— Hmph. Eu não estou dando a mínima se irão me salvar ou não, só acho inadmissível alguém bom como o senhor Lewis ser manipulado dessa forma por alguém que não se importa com nada nem ninguém além de si próprio. — Diz Gerárd começando a perder a paciência com o cinismo de Elisa.
Antes que Elisa pudesse fazer Gerárd perder mais um pouquinho da paciência, uma luz vinda do centro das ruínas lança algo para algum lugar e, proposital ou não, o círculo é desfeito e a linha que prendia Elisa a alguma coisa fora da barreira a puxa para algum lugar, deixando Gerárd, aparentemente, sozinho. 
— Acho que não estou tão sozinho assim. — Diz Gerárd. 
Nesse momento, começam a surgir vários Gor cercando a ruína. 
Ao mesmo tempo, o homem mascarado se abaixa rápido, encosta as mãos no chão, murmura umas palavras e, magicamente, surge uma barreira de pedra cercando o acampamento.
— Acho que estamos seguros. — Diz o homem mascarado alerta ao que está do lado de fora. — Só não sei por quanto tempo.
E nesse momento, ele começa a escutar golpes sendo dados em diversas partes da barreira e começa a prestar atenção tanto nos inimigos que podem entrar, quanto em Edward que acha que ele é inimigo.
Uns minutos antes desses acontecimentos, encontramos no templo, Cyrus, o corpo possuído de Gerárd e o homem moreno que, por alguma razão, desejava matar a pessoa que possuía o corpo de Gerárd. E Sophia estava do lado de fora, pois Cyrus pedira que ela saísse do templo, porque ali ficaria perigoso. Ela se encontrava em um jardim decadente com árvores podres e ossos, tendo em sua posse a bola de cristal rachada e o bilhete dedicado a alguém.
— Aqui não se pode chamar de lugar seguro e agradável, mas estou melhor que ele lá dentro. — Diz Sophia sentada em um tronco. — Acho que vou usar esse tempo que ele me deu para analisar a carta que nem tivemos tempo de olhar. 
Enquanto os três se encaravam no templo, Sophia começa a ler a carta e nela, encontra escrito:

Uma árvore nunca é apenas uma árvore
Pois essa, passou por incontáveis transformações
Assim como tudo nessa vida, se transforma
E até mesmo, os seres humanos, não escapam a essa regra
E se existir algo imutável
Nós ainda não fomos apresentados. 

Uma poema falando da mudança, tudo que Sophia não esperava encontrar, ficou pensando sobre seu significado, mesmo ainda tendo outra frase adiante, sua curiosidade a faz querer ler a próxima frase para ver se faz algum sentido. 

"Para alguns, a vida termina quando a matéria apodrece, todavia, haver-te-ão aqueles que encontrarão nessa matéria decadente, a renovação." 

Antes que pudesse refletir sobre a frase que acabara de ler e tentasse fazer algum paralelo com o poema, ela vê a bola de cristal se envolvendo em raízes e os ossos afundando na terra. Sophia se levanta apressada e, ao chegar próximo ao portal, sente dores nas pernas, por não estar totalmente recuperada, e cai. Mesmo com a queda, ela consegue ver Cyrus e os outros dois olhando atônitos para o esqueleto que é envolvido por um casulo formado por raízes e o templo começa a se reconstruir sozinho. Neste momento, a porta se levanta e encaixa no portal, sozinha, fazendo com que Sophia role escada abaixo, onde a escada também se reconstruía. Quando chega a base da escada, Sophia percebe que os jardins estavam ganhando uma beleza incrível e que o caminho até o templo era formado por um corredor de árvores belíssimas. Depois de todo esse ambiente ser reavivado, uma luz chega ao templo e as portas se fecham. Agora, Sophia sem entender nada sentia um aperto, como se algo estivesse para acontecer a Cyrus.
— O que está acontecendo aqui? — Pergunta Cyrus vendo as transformações que não param de acontecer no templo. — Aposto que tem dedo de algum de vocês nisso.
— Calma, jovem. — Diz o homem moreno. — Da minha parte, pode ter certeza que nada disso aconteceria, se for culpar alguém, culpe o homem com a cara do Caçador Branco.
Quando Cyrus se vira para o homem com a cara de Gerárd para lhe perguntar o que está acontecendo, uma luz o atinge e seu corpo cai no chão. Em seguida, uma luz sai do homem moreno e o mesmo cai também. E Cyrus, com dificuldade, vai até a porta para sair do templo, mas a mesma, além de grande e pesada, parecia trancada. ele então senta de costas para a porta  e espera o que acontecerá em seguida. 
— Sophia! Está por aí? — Grita Cyrus. —  Se estiver me ouvindo, vá procurar ajuda, tenho quase certeza que aqui não é um lugar tão seguro assim. 
— Estou aqui sim e sei que não é mais tão seguro, mas não farei o que me pede, porque não sobreviveria a ataques dos minions, quem dirá de um Gor! — Diz Sophia em um tom repreensivo. — Fora que, além de termos que tirar você daí, temos que pensar em sua segurança, você está bastante ferido e cansado porque teve que me carregar durante um longo período de tempo.
— Você é mesmo idiota, né? Eu te salvei porque eu quis e não quero que se preocupe comigo, pense no seu pai que sofreria se você estivesse machucada? — Diz Cyrus não aceitando que Sophia use seu argumento contra ele mesmo. — Quando pedi que você saísse do templo, eu sabia que algo assim aconteceria e, desde o início eu estava disposto a encarar as consequências. Então, vá e procure por ajuda e depois volte para pegar o corpo do seu pai. 
— Não, eu não vou. — Diz Sophia se encostando de costas para a porta. — Mudando de assunto, eu li a carta e achei o conteúdo confuso, porque tanto o poema quanto a frase, falam de transformação, mas de uma forma diferente. Mas, nem tive tempo de enfrentar aquelas palavras.
— Bom, eu não sou nada culto como você, mas acredito que palavras não são soldados que você combate e sim que estão ali para serem entendidas. — Diz Cyrus tentando tornar as coisas mais fáceis. 
— Pode não ser culto, mas sabe sabe falar a coisa certa no momento certo. — Diz Sophia sorrindo. — Enquanto o poema falava que tudo estava em constante transformação e que talvez não pudéssemos encontrar algo que estivesse fora dessa regra, a frase falava que nem sempre a vida acaba quando a matéria definha, em alguns casos, ela pode dar uma nova vida a algo ou alguém. Assim sendo, eu acredito que a matéria podre e quase sem vida deu uma nova vida a esse lugar e a seu dono, então, se trouxéssemos alguém de volta a vida usando a energia dessa lugar, acredito que mataríamos esse lugar de novo. Sei que parece confuso, mas acho que pode funcionar. 
— Eu, desde que entrei nessa floresta, não faço ideia de como funciona esse troço de magia e muito menos de trazer os mortos de volta. — Diz Cyrus se conformando com os fatos. — Mas se você diz que tem como, então poderemos trazer seu pai de volta, certo?
— Errado, porque ele não está exatamente morto. — Diz Sophia. — Mas, se o matarmos poderemos o trazer de volta.
— Nem vou perguntar como, apenas me diga o que fazer. — Diz Cyrus. 
Voltando para algum lugar na floresta, encontramos o homem mascarado, cercados por vários Gor caídos, sentado em tronco de árvore esperando Edward acordar. 
— E pensar que as coisas chegariam a esse ponto. — Diz o homem mascarado. — Só não entendo o que isso tem a ver com o caçador, a feiticeira e o cavaleiro. 
Logo quando terminou de falar, o homem mascarado percebe Edward levantando de costas para ele e este começa a andar pela floresta. O homem observa o caminhar de Edward até perdê-lo de vista. 
Enquanto caminha, Edward parece seguir uma rota onde não encontra inimigos e, ao mesmo tempo, a única coisa que parece vir a sua cabeça é uma voz feminina que, ele acredita ser de Elisa, mandando-o seguir para o objetivo, ordenando que destrua a qualquer custo quem tem o orb em sua posse. A voz ecoava em sua mente e o dominava, o transformando numa perfeita ferramenta. Depois de algum tempo, ele encontra o caminho das árvores e começa a caminhar até o templo. 
Ao mesmo tempo, o homem moreno se levanta e começa a caminhar em direção à Cyrus. 
— Sophia, o homem moreno está vindo em minha direção, acho que temos que adiar o plano se ele quiser lutar. — Diz Cyrus se levantando, mas permanecendo encostado no portão, mas preparando seu corpo para a batalha que pode ocorrer, mesmo que não esteja em condições de se envolver em uma. 
— Cyrus, um homem também está vindo em minha direção, o que faço? — Diz Sophia também se levantando e encostando no portão. 
— Se ele for hostil, reaja. — Diz Cyrus. 
Edward e o homem moreno chegam ao mesmo tempo na porta e, ao encostarem na porta, Edward com sua mão esquerda e o homem moreno com a mão direita, as portas se abrem e Sophia e Cyrus se veem um de costas para o outro e de frente para Edward e o homem moreno, respectivamente. Após um tempo, o casulo de raízes se abre no centro e uma energia roxa se reúne ao lado de Edward que toma forma e se mostra ser Elisa. Um homem velho sai do casulo vestindo um manto preto e se aproxima do homem em um piscar de olhos. 
— Prazer, meus jovens, meu nome é Fhoreos. — Diz o velho olhando para Cyrus, Edward e Sophia —  E é um prazer rever a princesa e seu cavaleiro, o que pretendem fazer desta vez? 
Fhoreos faz essa pergunta colocando as mãos no ombro do homem moreno e olhando fixamente para Elisa. Em uma questão de segundos, parece que Edward e o homem moreno começam a recuperar a consciência e Cyrus e Sophia não fazem ideia de como sair daquele clima pesado que, claramente, não tem nada a ver com eles. 
— Não se preocupem, jovens, eu não tenho a intenção de lhes fazer nenhum mal. — Diz Fhoreos. — Agora, quanto a princesa e os cavaleiros, eu não posso dizer a mesma coisa. 
— Senhor Fhoreos. — Diz Cyrus. — E quanto ao senhor que está ali caído, tem algo que possa 
fazer? 
Fhoreos olha para trás e vê o corpo de Gerárd.
— Bom, eu posso trazê-lo de volta se prometerem ir embora os três, combinado? — Propõe Fhoreos que Cyrus e Sophia levem Gerárd depois que ele ligar sua alma a seu corpo. 
— E quanto a esses dois? — Cyrus perguntando sobre Edward e o homem moreno. 
— Quanto aos TRÊS, eu terei um conversinha com eles. — Diz Fhoreos. 
— Nós aceitamos. — Diz Sophia segurando a mão de Cyrus buscando confiança. — E não voltaremos aqui. 
Depois que Sophia termina de falar, Cyrus fica um pouco sem graça por ela ter pego sua mão inesperavelmente. Ele assente com a cabeça para Fhoreos avisando que concorda também e o velho aponta mão em direção a Gerárd e uma energia começa a voltar para seu corpo, como se estivesse presa por uma corrente e , em seguida, envolve os três, Cyrus, Sophia e Gerárd, em um casulo de raízes e os manda para fora da floresta. 
— Bom, agora que as interferências se foram, me diga: o que a princesa Elisa Sorcier veio fazer aqui e por que se encontra nessa forma? — Indaga Fhoreos.