domingo, 29 de março de 2015

Laços - Episódio 15

Episódio 15: 10 minutos

Fhoreos sente uma sensação estranha e, após despetrificar suas pernas, evoca um Gor e se funde a ele aumentando assim sua força e resistência física. Em seguida, Claude aparece completamente regenerado e sem sua cicatriz. 
— Fhoreos, meu caro, o farei pagar por ter avariado Ed e Rick e por ter se desfeito de Claude só por ele acreditar em coisas como destino. — Diz Claude com a voz distorcida, como se fosse outra pessoa. 
Fhoreos se assusta, porém lembra que, quando Claude pegou o amuleto do bolso, ele parecia estar enviando energia a algum lugar e, ao mesmo tempo, conversando com alguém telepaticamente. 
— Não precisa se assustar, sou eu Elisa. — Diz Elisa revelando estar possuindo o corpo de Claude. — Não exatamente eu, mas o suficiente para terminar com você em, no máximo, dez minutos. Acho que estou perdendo tempo com esse "blá blá blá".
Assim que termina de falar, "Claude" começa a flutuar e um dragão de fogo começa a circundá-lo em sentido horário, enquanto um dragão negro o circunda em sentido anti-horário. Antes que Fhoreos pudesse ter qualquer reação, o dragão de fogo o acerta e tanto sua armadura quanto suas pernas de madeiras, são reduzidas a cinzas em instantes e, logo em seguida, "Claude" se teletransporta para frente dele e, quando iria finalizá-lo com um ataque do dragão negro, uma luz começa a se expandir saindo de Fhoreos e o dragão negro é consumido e "Claude" precisa se teletransportar para escapar do clarão que, podia ou não fazer mal. Passado o clarão, Fhoreos se levanta completamente curado e como se nada tivesse lhe acontecido. 
— Interessante. — Diz Elisa no corpo de Claude com uma expressão surpresa. — Já tinha passado da hora de usar o Orb da Vida, pensei que fosse morrer e não fosse usá-lo. Saiba que este artefato será a chave para minha vitória. 
— Que idiotice! Ninguém que não seja eu pode utilizar esse orb. — Diz Fhoreos rindo e achando que o que Elisa disse não passou de uma piada de mau gosto. 
— Bom, é questão de tempo até que seus poderes sejam meus, velho Fhoreos. — Diz Elisa no corpo de Claude sorrindo. — Seu tempo acabou faz muito tempo, assim como dos outros, é um novo tempo. 
— Sou eu que sei quando deve ou não acabar meu tempo, não venha dizer quando minha vida deve ou não acabar. — Diz Fhoreos sem entender de onde vem tamanha determinação de Elisa. 
Fhoreos decide então evocar alguns Gor para atacá-los e Minions para paralizá-los com veneno, mas estes são dizimados por uma única rajada flamejante. Nesse momento o amuleto de Claude desaparece de suas mãos. 
— Acabou. — Diz Claude sendo ele mesmo. 
Fhoreos começa a rir e parte para cima de Claude com garras de madeira parecidas com a dos minions, porém quando chega cara-a-cara com ele, Fhoreos paralisa. 
— O que está havendo? — Questiona Fhoreos. 
— Aconteceu que você perdeu e nós vencemos. — Diz Claude sorrindo. — Agora, farei o que combinei com ela, mesmo estando discordando, mas promessa é dívida. 
Então, misteriosamente, o orb começa a sair de dentro de Fhoreos e Claude vai levando a mão em direção ao mesmo para extraí-lo, todavia, o corpo de Fhoreos junto com o orb são teletransportados e Claude fica sem entender nada. 
— Eu pensava que você estivesse fechado para mim. — Diz Elisa reaparecendo e sorrindo. — Fico feliz de tê-lo deixado ajudá-lo, faz-me lembrar dos tempos em que nós três estávamos explorando esse mundão por aí. 
— Verdade, eram bons tempos e posso dizer com convicção que éramos felizes apesar das dificuldades. — Fala Claude sorrindo ao lembrar dos tempos em que eles estavam juntos. — Mas, eu já lhe disse várias vezes que não tenho nada contra você, muito pelo contrário, eu respeito suas habilidades e até tenho um certo medo do quão rápido avançou desde aquele tempo. A única coisa que não aceito é você  ficar colocando Richard em perigo por conta de objetivos incertos. 
— Mudando de assunto, a magia que usou para conectar a você, foi por conta daquele amuleto, não? — Pergunta Elisa. — Pois não me lembro de saber usar um feitiço desses tão elaborado. 
Foi por conta do amuleto sim, e isso eu ganhei de presente de meu mestre após tê-lo impedido de ser possuído criando uma distorção energética em volta dele. — Diz Claude meio sem graça. — Ele me disse que um dia eu iria precisar dele e que o usasse com sabedoria, pois só poderia ser usado uma vez e por um período limitado e, passado esse período, a energia do usuário consumiria o amuleto. 
— Mas, o que realmente me surpreendeu foi a saída forçada de Fhoreos. — Diz Elisa frustrada. — Estávamos tão perto de conseguir seus amuleto. 
— Não entendo nada do que está acontecendo, mas temo pelos próximos acontecimentos. — Diz Claude receoso. 
— Realmente, está tudo tão estranho, nada faz sentido, mas é provável que os outros cincos estejam agindo para proteger Fhoreos e impedir que aja um desequilíbrio no mundo da magia. — Diz Elisa pensativa. — Mas por mim tudo bem, se eles estiverem juntinhos, será mais fácil para tomar seus artefatos. 
— Concordo com você, aqueles seis nunca se ajudaram em séculos e, em toda a estória que conhecemos, eles estavam sempre se evitando e se falavam apenas quando era realmente necessário, para que tenham salvado Fhoreos, é porque algo estranho está desestabilizado no mundo da magia hoje. — Fala Claude preocupado. — Mas, voltando ao assunto, por que acha que ficará mais fácil com eles juntos? O poder dos seis grandes reunidos está em um nível completamente diferente e você mesma sabe que Fhoreos não usou nem metade do seu poder contra nós. 
— Eu reconheço os poderes deles individualmente, mas juntos, eles não são grandes problemas. E quanto a Fhoreos, eu sei que ele estava com medo de revelar suas verdadeiras habilidades pois achava que poderíamos copiar ou algo do gênero. — Diz Elisa sorrindo ecomo se estivesse escondendo algo. 
— Espero que saiba o que está fazendo e que não coloque Richard em perigo. — Diz Claude após ter ficado um tempinho em silêncio. — Acho que nunca vou me acostumar com esse seu tom de mistério, você é diferente das outras pessoas que são perfeitamente previsíveis, eu e nem ninguém sabemos o que você pensa ou se o que diz é confiável ou não, é como se você controlasse sua presença e só a revelasse quando lhe convém. 
— As pessoas são estúpidas e expõem suas intenções logo de cara, enquanto eu, até que esteja com o máximo de certeza possível, não posso me dar ao luxo de expôr minhas intenções a troco de nada. Quanto mais aberto você for, mais manipulável e menos chances de atingir seus objetivos você tem, então, o que eu faço e que as pessoas também deveriam fazer é me focar no que eu quero e ser fria o bastante para passar por cima de tudo e qualquer sentimento em nome do que eu quero atingir. — Fala Elisa com convicção. — Desculpe parecer dura, mas  não tem como falar isso de outra forma, sei que, diferente dele, você entende como é passar por cima de tudo e todos por algo. 
— Eu sei do que você está querendo dizer e não lhe julgo, apenas peço que não o faça sofrer, pois ele a ama e perderia o chão se você o abandonasse. — Diz Claude olhando Elisa nos olhos. — Por sinal, você os teletransportou para um lugar seguro? Eles estão bem? 
— Estão bem sim, Claude e fico feliz de me compreender. Voltando a eles, não há com o que se preocupar, eles estão em um lugar seguro. — Diz Elisa demonstrando confiança. 
— Bom, sendo assim, acho que é melhor seguirmos nossos caminhos, se cuida. — Diz Claude já virando de costas e indo em direção a saída. — Se o destino nos permitir, nos vemos outra vez. 
— Você também se cuida e cuidado. — Diz Elisa olhando-o se afastar e, quando cruza a porta do templo, desaparece. 
A cena muda para os fundos de uma caverna úmida e com pouca iluminação e Fhoreos caído com um homem com um manto negro diante dele. 
— Fhoreos, sua ato-confiança e seu mau hábito de subestimar seus oponentes, quase comprometeu o equilíbrio que nós devemos manter. Ou você esqueceu de quem somos? Pare de agir como uma criança e ficar brincando com seus inimigos, sabe muito bem que nem uma barata merece piedade só porque morre com um pisão, devemos partir com tudo sem piedade e sem brincadeira. Quando estiver recuperado, volte logo para a floresta, sabe muito bem porque deve voltar pra lá. — Fala o homem sendo bem ríspido com Fhoreos. 
Ao terminar de falar, o homem desparece e Fhoreos fica lá deitado no chão de barriga pra cima. 
— Maldita feiticeira e seus peões, prometo acabar com cada um de vocês quando nos encontrarmos de novo. — Diz Fhoreos ainda deitado, porém apertando os punhos com forças e serrando os dentes. — E se não fosse ficar ruim, de todos eles que poderiam me salvar, tinha que ser logo ele. 
Fhoreos então se levanta e retira o orb do peito e percebe que existe uma pequena rachadura nele e começa a supor que, talvez, Elisa estivesse esperando "vazar" mais da energia do orb para tomar seus poderes para ela. Fhoreos fecha os olhos por um minuto e começa a se curar e, quando termina de fazê-lo, desaparece daquela caverna. 
De volta a floresta, vemos Claude chegando a floresta onde Elisa e Edward encontraram Gerárd pela primeira vez e, ao entrar na área das ruínas, encontra um homem sentado numa pedra, enrolado em uns trapos e com a cabeça baixa. Se via que deveria ter uma certa idade, mas não muita, o suficiente para ter uma longa cabeleira grisalha e umas rugas que se encontrava pelo seu rosto. 
— Mestre? — Pergunta Claude se aproximando do homem. — O que faz em um lugar como este? 
— Jovem Claude, você consegue ver? O destino está se cumprindo e está chegando a hora de você ampliar seu campo de visão. Para isso, você deve voltar ao começo, onde tudo começou, e lá encontrará as respostas que quer e precisa para poder avançar. Garanto que em breve tudo será esclarecido. — Fala o homem com a cabela baixa e sem virar os olhos para Claude. 
— Que lugar? Que começo? — Pergunta Claude confuso. 
Apesar das perguntas, o homem se mantém em silêncio e, subitamente, aponta para um local logo a frente e Claude nota um sabre caído e, sem dizer uma palavra, pois sabia que seu mestre não é muito de dizer as coisas explicitamente, vai em direção a espada, a pega e sai correndo em alguma direção. Enquanto corria, começar a pensar que, talvez, seu mestre esteja dizendo nas entrelinhas que o Cavaleiro Branco será capaz de ajudá-lo a resolver esse mistério e fazer as coisas fazerem sentido com as informações que ele tem. 

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